“Não somos tanto como os italianos, mas também não somos tanto como os espanhóis. Estamos ali a meio-caminho.”

“O balneário desta seleção surpreendeu-me muito quando conheci o futebolista português. Ele é muito competitivo, gosta de ganhar, sabe como ganhar, sabe controlar os momentos importantes de um jogo. Mas o que me surpreendeu ainda mais é que ele gosta de ter informação tática. São duas variantes que antes não tinha encontrado no mesmo balneário de forma dominante. Normalmente, ou há uma equipa muito competitiva ou há uma equipa que gosta de pensar muito no jogo e na tática. Adicionalmente, há um sentimento de orgulho, de responsabilidade… Há uns sentimentos que são mais visíveis nas seleções sul-americanas do que nas europeias. Essa combinação de características dominantes, competitividade, apreço por informações táticas e a responsabilidade de querer jogar pela seleção, surpreenderam-me imensamente.”

(Roberto Martínez, 2023)

A “premonição” de Mourinho. Novamente o talento.

A importância da inclusão das bolas paradas nos quatro momentos do jogo

Como identificámos no artigo de 2017, no qual apresentávamos a nossa proposta de sistematização do jogo de Futebol, alguns autores e treinadores defendiam que as bolas paradas pertenceriam a um quinto momento do jogo. Naquele momento, a propósito do momento de Organização Ofensiva, escrevemos:

“Devemos referir que compreendemos as opiniões que distinguem as situações de bola parada como um quinto momento do jogo, porém a nossa interpretação é que, independentemente do jogo estar parado ou em movimento, se uma equipa está organizada para defender essas situações e a outra para atacar, então estarão dentro da sua Organização Defensiva e Organização Ofensiva, respectivamente.”

Assim, ao invés, se o adversário ainda não se encontra organizado para defender, a situação ainda pode ser explorada em Transição Ofensiva e deste modo, algumas situações de bola parada como lançamentos laterais, livres, cantos e até pontapés de baliza devem estar integrados neste momento do jogo. De forma a explorar tal possibilidade eficazmente, importa identificar se o adversário já recuperou uma organização defensiva que torne difícil a exploração do contra-a e nesse cenário será mais sensato que a equipa que ataca também recupere a sua organização ofensiva e que entre nesse momento do jogo.

Ainda que teórica, a exclusão destas situações dos quatro momentos do jogo, pode induzir a falsa ideia que as mesmas carecem de completa reorganização da equipa que delas beneficia. Dessa forma, podem-se perder oportunidades ofensivas de potencial vantagem. E naturalmente isto tem implicações no conhecimento do jogo dos jogadores e no treino que se aspira de… qualidade. Mas para tal, torna-se fundamental o supra-princípio da Especificidade. A exercitação de uma situação de bola parada, partindo sempre dos momentos de organização das duas equipas, não criará propensão e oportunidade para que os jogadores leiam, identifiquem e decidam quando, através da mesma, podem manter-se ou iniciar o sub-momento de contra-ataque. Assim, para atém de situações aquisitivas, quer no treino, quer por meios audio-visuais, importa também recriar a máxima especificidade possível no treino e isso implicará os momentos de reorganização das duas equipas.

Finalmente, também para a análise de jogo e estratégica torna-se fundamental a contemplação das situações de bola parada nos quatro momentos do jogo. Não será importante perceber se a equipa sofreu golos em pontapés de baliza, lançamentos laterais, livres e cantos quando ainda não estava organizada para as defender? E porquê? Como o inverso. Se está a aproveitar os momentos de desorganização do adversário nessas situações? Por outro lado, se o próximo adversário apresenta essa perspicácia no seu jogo, ou principalmente, se é rápido e eficaz, neste âmbito, a se reorganizar defensivamente?

Ilustramos o que defendemos com três situações de diferentes bolas paradas em momentos de transição. Uma delas, inclusivamente no decorrer de um pontapé de baliza.

Equipas históricas

Publicamos um novo sub-tema na área Conhecimento do Jogo.No âmbito da Cultura de jogo, apresentamos Equipas históricas.

“As maiores coisas na vida têm sido alcançadas por pessoas que, no início, teríamos considerado loucas. E, no entanto, se não tinham tido essas ideias malucas, o mundo teria sido mais estúpido.”

(Arsène Wenger, 2009)

Intensidade

“Qualquer pessoa que se tenha concentrado tão profundamente que um lampejo de insight ou inspiração subitamente a visitou conhece a quietude. Qualquer pessoa que tenha dado o seu melhor a algo, sentido orgulho na conclusão, em saber que não deixou absolutamente nada em reserva – isso é quietude. Qualquer pessoa que tenha avançado com os olhos da multidão sobre si e então despejou todo o seu treino num único momento de performance – isso é quietude, mesmo que envolva movimento activo.”

(Ryan Holiday, 2019)

“A melhor coisa que aprendi contigo foi não pedir a jogadores coisas que não conseguem mas adaptar-me para tirar o melhor rendimento deles.”

“Como treinador, necessito encontrar e saber pressionar a “tecla” exata para que essa ordem tática sem a bola se transforme numa “desordem organizada” com a bola e o jogador tenha liberdade, capacidade de tomar decisões e improvisação, assuma riscos, invente e seja criativo para desenvolver assim todo o seu potencial. Se o sistema tático te tira criatividade, não serve.”

Ricardo Zielinski citado por (Gérman Castaños, 2018)

O superpoder de Viktor Gyökeres

“Quando eles começam a sentir o gosto por aquilo que estão a fazer…”

“Uma equipa pode jogar de qualquer maneira. É mesmo assim: de qualquer maneira. Desde que se trabalhe de modo a sistematizar as coisas para esse objectivo, de maneira a que todos acreditem. Se o treinador acredita; se os adjuntos acreditam; se os jogadores acreditam, tudo é possível.”

(José Mourinho, 2004) citado por (João Romano, 2007)

Cultura de jogo

Publicamos um novo tema na área Conhecimento do Jogo. Abordamos a Cultura de Jogo.

Deixamos o primeiro parágrafo:

“Segundo a (Wikipédia, 2016) “a cultura é o conjunto de expressões de uma sociedade, e como tal o futebol não está isento da mesma”. Também (Fernando Cardoso, 2006) aponta isso mesmo na sua tese monográfica ao referir que “poderemos concordar com Figueiras, L (2004) quando este salienta que as concepções e modelos de jogo são condicionados pela cultura e valores vigentes na sociedade em que se insere e assim, se a cultura dos povos se altera ao longo dos tempos, também esses necessariamente se alteram. Deste modo podemos verificar que esta dialéctica (ou interacção) entre a cultura e a cultura de jogo também se verifica”. Os autores (Juan Bordonau & José Villanueva, 2018) complementam referindo que “a cultura não é física; não é formada apenas por coisas, pessoas, ações ou emoções. É antes uma forma de organizar todos esses factores. É o formato das coisas que as pessoas têm na mente, modelos de como percebem, como se relacionam e como interpretam. (Goodenough, W. 1957)”.”

“Grande coisa é um jogar

ao acontecer faz-se cultura,

a dimensão táctica a que chegar

é identidade duma postura.”

(Vítor Frade, 2014)

 

Centro de jogo

Publicamos um novo tema na área Conhecimento do Jogo. Abordamos um sub-tema de Sistematização do jogo: Centro de jogo.

“estar permanentemente preparado para intervir no centro do jogo, o que poderá suceder quer pelo deslocamento do jogador em direcção ao centro do jogo, quer pelo deslocamento do centro do jogo em direcção ao jogador. Sejam quais forem as circunstâncias que determinem a intervenção de um dado jogador no centro do jogo, o que é importante é que este mal entre no centro do jogo transmita aos seus companheiros confiança e segurança, cumpra insistentemente os princípios específicos do processo ofensivo (penetração, cobertura ofensiva e mobilidade) ou do processo defensivo (contenção, cobertura defensiva e equilíbrio) e procure criar vantagens quer em termos de superioridade numérica quer em termos espaciais e temporais”.

(João Quina, 2001)

Sub-Princípio Ofensivo | Privilégio pelo passe vertical

Publicamos um novo sub-tema na área Ideia de Jogo proposta. Trata-se do sub-princípio ofensivo Privilégio pelo passe vertical. Sendo uma ideia que pode surgir tanto em Transição Ofensiva como em Organização Ofensiva, é no primeiro momento do jogo que ganha especial relevo.

“Com a quantidade de oportunidades que criámos contra o Bilbao, pudemos ver que o conceito de “primeiro passe para a frente” estava realmente a funcionar.”

(Pep Lijnders, 2022)