“Ter a convicção que o resultado desportivo pode nascer do improviso é ignorar os objectivos e conhecer o insucesso.”
(José Mourinho, 2001)
Uma nota prévia. Durante muito tempo na evolução deste projecto, colocávamos neste patamar da nossa estrutura de conhecimento como Metodologia de Treino, e consequentemente, de forma predominante abordava a intervenção do Treinador no Treino. É por essa razão que o vídeo de apresentação descreve “Metodologia de Treino” ao lado da “Liderança” e “Modelo de Jogo” e não simplesmente Metodologia como agora referimos. A actual mudança sucedeu porque actualmente sentimos a necessidade de abrir espaço para enquadrar outras funções técnicas associadas ao jogo.
Nesta linha de pensamento, (Jorge Braz, 2006), sustenta que “como refere Maçãs (2004), é natural, e até desejável, que as funções do treinador, responsável principal pelo rendimento desportivo de uma organização, incluam a participação activa noutros domínios de intervenção para a tornar mais sólida e eficiente na procura do resultado desportivo, bem como a elaboração de planos estratégicos para o seu desenvolvimento. Desta forma, a actividade dos treinadores não se resume à orientação do processo de treino e de competição (Leblanc et al. 2004; Cuadrado Pino, 2004)”. Deste modo, posicionar-se-ão com sub-temas desta página. diferentes intervenções metodológicas, naturalmente, sempre no domínio do jogo de Futebol. Entre elas claro, a Metodologia do Treino. O mesmo autor, recorrendo a Lozano Cid et al. (2002), descreve como tarefas fundamentais do treinador e da sua equipa técnica, “a definição de uma ideologia de jogo e, consequentemente, de treino; a procura de novos talentos, tarefa fundamental embora muitas vezes impossível de concretizar pela deficiente estrutura do clube ou, como já referido anteriormente, pela indisponibilidade de tempo do treinador; a orientação do processo de competição; a orientação do processo de treino e a orientação dos jogadores e da equipa”. Assim, neste pensamento emerge outra necessidade metodológica para o treinador: o recrutamento de jogadores.
O autor (Leon Teodorescu, 1984) descreve que “a larga popularidade de que goza no seio de grandes massas de praticantes e espectadores, e, muito especialmente, a enorme variedade de valências de natureza desportiva, educacional, cultural, organizativa e social dos diferentes jogos desportivos, ampliaram os problemas por estes levantados, tanto no plano prático como no teórico-metodológico. Isto é válido não só para cada jogo desportivo em si, como também no seu conjunto, para todo o complexo domínio que os jogos desportivos constituem dentro da Ciência da Educação Física e do Desporto”.
Segundo (Wikipédia, 2016), “a metodologia é o estudo dos métodos. (…) tem como objetivo captar e analisar as características dos vários métodos indispensáveis, avaliar suas capacidades, potencialidades, limitações ou distorções e criticar os pressupostos ou as implicações de sua utilização. Além de ser uma disciplina que estuda os métodos, a metodologia é também considerada uma forma de conduzir a pesquisa ou um conjunto de regras para ensino de ciência e arte”. A mesma fonte define assim que “o termo metodologia inclui os seguintes conceitos, em relação a uma disciplina particular ou campo de estudo:
1 – Coleção de teorias, conceitos e idéias;
2 – Estudo comparativo de diferentes abordagens;
3 – Crítica de um método individual.”
A Wikipédia conclui ainda que a “metodologia refere-se a mais do que um simples conjunto de métodos, mas sim refere-se aos fundamentos e pressupostos filosóficos que fundamentam um estudo particular.”
O autor (Leon Teodorescu, 1984) em (Carlos Carvalhal, 2003) sustenta que sendo o objectivo da metodologia uma prática, esta fecha um “círculo que, partindo da prática, teoriza, para a ela voltar, orientando-a”.
Neste sentido, procuraremos não só as ideias que julgamos melhor defenderem as necessidades do contexto, como também a sua justificação, evolução e raízes filosóficas. Naturalmente com especial ênfase na Metodologia de Treino.
“A quantidade de variáveis contempladas na planificação reduz a margem de erro. É por isso que Mourinho erra pouco. Na medida do que é possível prever, está tudo previsto.”
(Nuno Luz, et al., 2012)