História do treino do futebol (segunda edição) [Subscrição Anual]

Desta vez publicamos uma segunda edição do tema História do treino do futebol. Este relançamento do tema, justifica-se por uma investigação mais profunda que estamos a realizar, e que irá ser publicada brevemente em múltiplas sub-páginas. A investigação trouxe-nos novas ideias e autores e sentimos a pertinência de reforçar o presente tema.

O tema História do treino do futebol, no nosso trabalho, situa-se em:

Este tema é constituído pelos seguintes capítulos:

  1. O contexto histórico
  2. As etapas
  3. A justificação

Deixamos alguns excertos do tema História do treino do futebol.

“A necessidade de uma revisão dos modelos de pensamento não é apenas uma necessidade cultural básica, mas também a necessidade de produzir, em sentido mais estrito, instrumentos de trabalho mais adequados.”

(E. Manzini, 1986) citado por (Rui Faria, 1999)

(…)

Mas o desporto enquanto expressão cultural humana, foi sem dúvida um dos grandes precursores do treino consciente e dirigido. No caso particular do Futebol, (Silveira Ramos, 2003) relata que a “evolução das práticas de treino no Futebol seguiu, ao longo dos tempos em termos gerais, um percurso que dependeu de duas influências: por um lado da própria dinâmica da modalidade e das necessidades de dar respostas às situações da competição e, por outro, das ideias gerais da actividade desportiva, nomeadamente no âmbito do treino desportivo”. Contudo, dada a complexidade do ser humano, se mesmo perante a actividade desportiva mais simples a concepção do treino “ideal” é exigente, em desportos mais complexos como são o caso dos colectivos, o desafio torna-se enorme. Deste modo, ao longo da história do Futebol, os treinadores, entre outras pessoas que foram pensando no processo, foram-se demonstrando, em muitos momentos, perdidos no que treinar, como treinar, quando treinar e até porquê treinar. Depois, que conteúdos abordar e que diferentes prioridades deverão dar ao seu trabalho.

(…)

Perante este enquadramento a autora e treinadora Marisa Gomes, citada por (Julian Tobar, 2018) sustenta que “o treino de futebol tem tido um crescimento muito acentuado nas últimas déca­das, promovido pela crescente procura de conhecimento do jogo e da sua organização no treino. E neste sentido, vários sentidos se foram criando. De um modo comum conseguimos reconhecer aqueles que se centram no desenvolvimento das capacidades ditas condicionais dos jogadores (com ou sem bola), aqueles que se preocupam com o desenvolvimento da técnica dos jogadores e aqueles que procuram nos jogos reduzidos a “receita” para o treino do jogo. E todos estes sentidos são válidos. E, por isso, merecem respeito porque quem opta por um caminho assume conceitos, premissas e paradigmas (consciente ou inconscientemente). Sobretudo quando estas abordagens são a expres­são pura do pensamento e sentimento do treinador. Sem dramas, sem modas, sem filtros, sem receios e sem imposições comerciais. Somos o que pensamos e somos o que fazemos“.

(…)

Porém, no momento em que realizou o seu trabalho, (Jorge Gomes, 2004) expõe que “Forteza de La Rosa (2001) afirma que, actualmente, a comunidade científica refere a existência de diferentes conceitos sobre qual a melhor estrutura de treino. Por outro lado, Bompa (2002) sugere que ainda não há uma periodização óptima para cada desporto, nem dados precisos em relação ao tempo necessário para um aumento ideal do nível de treino e da forma do atleta. Mas considera importante a periodização do treino”. Já, (Jorge Braz, 2006), aponta que a comunidade científica questiona-se sobre qual dos diferentes modelos, apresenta argumentos científicos válidos que proporcionam a evolução qualitativa do jogo em benefício da “arte de bem jogar” pois, como refere Forteza de la Rosa (2000a), em todo o mundo rendimentos atléticos elevados são sempre reflexo da qualidade dos métodos de treino“. Assim, (Jorge Gomes, 2004) defende que “em nosso entender, urge uma abordagem mais consentânea e que privilegie a componente táctica“.

(…)

Como refere Oliveira (2004) poderemos averiguar as concepções de treino das equipas mais representativas da modalidade, no entanto, deverá ser nossa preocupação, averiguar, igualmente, se essas concepções assentam em ideias acerca do jogo, perfeitamente definidas, ou seja, se a concepção de treino evolui em função de uma determinada concepção de jogo.

(Jorge Braz, 2006)