Lionel Messi

“Que ahora, con casi 30 años que tiene, el loco se gambetea a los mismos cinco tipos de siempre pero cuando tiene que hacerlo, no en todas. Ahora juega mejor, porque elige todo bien, porque hace todo bien. Ahora asiste, se frena, hasta provoca las faltas donde quiere patear los tiros libres. Y después los mete. Messi está en otro escalón. Ha ido modificando su estilo, no sé si conscientemente o no, y hoy se puede decir que entiende todo. A mí me pasa algo cuando veo a Messi en cualquier partido: “Ninguno jugó como este”, digo. Y cuando veo videos de Maradona, me pasa lo mismo. Y cuando veo otra vez a Messi, me pasa lo mismo (risas). El tema es que Messi lo hace todos los partidos, no sé cuántos de los grandes monstruos de la historia del fútbol jugaron así todos los partidos, realmente no sé.”

(Pablo Aimar, 2017)

Valorização da posse de bola

“(…) é importante para uma equipa SENSÍVEL ter outras formas de criar e explorar espaços. Temporizar a bola e ter a sua posse nas zonas mais recuadas pode ser um meio muito mais fácil de conseguir aquilo que pretende. Trata-se, em suma, de conseguir conter os seus desejos imediatos para os conseguir satisfazer em momentos mais adequados.”
(Marisa Gomes, 2010)

Contra-ataque

“(…) o contra-ataque organizado permite-nos, depois de termos recuperado a bola, usar a nosso favor o que deveria ser um momento de pressão por parte dos adversários. Esta estratégia consiste em atacar (velozmente) o espaço que há nas costas dos adversários com um passe direto a um companheiro que se oferece em profundidade. É uma solução tática que permite usar de maneira óptima a superioridade numérica que se cria e, para a empregar o melhor possível, é necessário compreender que a mesma só será realmente eficaz com certos movimentos coletivos correctos.”
(Carlo Ancelotti, 2013)

Organização Ofensiva

Recuperando novamente o pensamento do Rui Jorge:

“(…) mas o importante é o que se faz para que isso aconteça. Não o resultado em si, mas tudo o que fazemos para lá chegar.”
(Rui Jorge, 2017)

Criatividade II

“A criatividade não tem a ver com a dificuldade da acção técnica, e sim com a solução que o jogador descortina para que de um modo cumpridor (aumentando a probabilidade de sucesso pela organização e resposta a um ou mais princípios) consiga obter o resultado esperado.”

(Jorge D., 2011)

Drible Tic-Tac

“Será tanto mais difícil de defender, aquele jogador que tiver mais soluções para o mesmo problema, pela incerteza que cria no defensor.”

(Bruno Pereira, 2016)

Um contra-ataque 3×2+GR

“A sorte está nos detalhes.”

(Jorge Maciel, 2017)

Entre as muitas situações de jogo que se passaram no passado fim-de-semana, destacamos esta, que ocorreu no jogo entre Wolverhampton e Newcastle. Trata-se de uma situação de contra-ataque 3×2+GR, portanto, na nossa sistematização do jogo, situa-se no momento Transição Ofensiva, sub-momento Contra-Ataque. A pertinência da mesma prende-se com a elevada taxa de insucesso com que esta situação é resolvida no jogo, e simultâneamente, com o potencial que possui para que a equipa crie uma extremamente favorável oportunidade de finalização.

Trazendo a realidade do Futsal, na generalidade, o contra-ataque 3×2+GR, é uma situação que é resolvida de forma muito mais eficiente, e consequentemente, mais eficazmente. A explicação parece-nos simples: há conhecimento para a resolver e é-lhe dada muita relevância no treino. E provavelmente, é-lhe dada essa importância porque existe uma consciência dos treinadores que a situação se repete muitas vezes ao longo do jogo. No Futebol, ao invés, não é uma situação frequente. Porém, se por norma, nos jogos de Futsal sucedem mais golos que nos de Futebol, então, no caso do Futebol, uma boa resolução de apenas uma situação, pode-se tornar decisiva no desfecho de um jogo. Foi muito provavelmente, o que se passou neste jogo.

Este é mais um exemplo da enorme complexidade do jogo de Futebol. Mais número (jogadores), mais espaço, mais tempo, tornam-no rico em diferentes situações de jogo, que elevam o caos, e consequentemente a sua aleatoriedade. Pegando no exemplo da situação de contra-ataque que trazemos neste artigo, se num jogo de Futsal de GR+4×4+GR, o contra-ataque já assume muitas configurações diferentes, um jogo de GR+10×10+GR irá exponenciar a variabilidade desta situação. Assim sendo, o seu treino torna-se também muitíssimo mais complexo. No entanto, e pensando de forma geral, a capacidade de adaptabilidade e o limite ao desgaste são similares para ambos os desportos, porque o homem que o joga é o mesmo. Torna-se portanto decisivo para o treinador, não só o conhecimento do jogo e do treino, mas também a selecção de conteúdos e a sua dose, para que de facto se crie a adaptação mais favorável ao melhor desempenho.

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  1. No primeiro momento em que o vídeo pára, identificamos oportunidade para Diogo Jota acelerar a condução e fixar um dos dois defensores. Optando pelo mais próximo do eixo central do campo, permitiria mais espaço e melhor enquadramento de finalização ao companheiro de equipa à sua esquerda. Fixando este defensor, Jota deveria, simulando um drible, a finalização ou a condução de penetração entre os dois defensores, provocar o defensor de forma a que este trocasse os apoios e assim surgisse a oportunidade para realizar o último passe para as suas costas, deixando-o em enormes dificuldades para recuperar e garantir contenção ao segundo atacante. Este ficaria assim, numa condição privilegiada para finalizar com sucesso.
  2. Precipitando o passe para o companheiro à sua esquerda, possibilidade que o defensor trocasse facilmente a contenção para Dendoncker, Diogo Jota toma depois uma segunda decisão muito boa, que acabaria por corrigir a primeira, através de uma desmarcação circular pelas costas do companheiro, garantindo-lhe assim, uma solução de último passe fácil que colocaria Jota num enquadramento muito favorável de finalização. “Bastava” que para isso, Dendoncker temporizasse, permitindo que o companheiro completasse o movimento, e ao mesmo tempo que fixasse o defensor. Ao contrário, o belga optou por um passe longo para Raúl Jiménez, de mais difícil execução e recepção, e que simultaneamente permitiria tempo, não só para que os dois defensores ajustassem a contenção / cobertura, como por outro lado, para que mais defensores recuperassem defensivamente, perdendo-se assim uma situação, de número e espaço, altamente favorável.

O treinador português Paulo Fonseca, entrevistado por (Rosmaninho, 2015) descreve o seu antigo treinador Jorge Jesus como extremamente exigente e preocupado com o detalhe, sendo as desmarcações um bom exemplo. Paulo Fonseca refere que Jesus faz o jogador pensar, o quando, o como e onde é que tem de receber a bola, para onde é que se tem de movimentar, em que momento, em que timing, e isso faz toda a diferença em certos momentos do jogo. Eu acho que a identificação deste detalhe não está ao alcance de todos”. Está patente que o conhecimento do jogo evoluiu abruptamente nos últimos anos. O autor (Romano, 2007), aludindo-se a um pensamento com mais de 15 anos, refere que “Queiroz (2003a) indica que, nos níveis de maior exigência, o treino evolui ao nível da complexidade e da especificidade do detalhe”. Na mesma linha de pensamento surge (Esteves, 2010), descrevendo que “quanto maior o nível de exigência, menor é a diferenciação qualitativa, e mais importância assume o elemento «detalhe»”. Também (Mourinho, 2010), descreve que “quando estamos a trabalhar algum exercício, estamos a trabalhar todas as vertentes. O mínimo detalhe entra no mínimo exercício, mesmo que possa parecer um exercício simples”. Porém, o autor (Campos, 2008) ressalva que a riqueza que deve surgir no detalhe deve ter sempre como pano de fundo os princípios de jogo“. Torna-se, portanto, cada vez mais importante dominar o detalhe, no enquadramento específico de um Modelo de Jogo, e fazê-lo emergir no treino, rentabilizando ao máximo cada sessão.

“O jogo de qualidade tem demasiado jogo (detalhe, imprevisibilidade) para ser ciência mas é demasiado científico (organizado) para ser só jogo.”

(Frade, 2003) citado por (Romano, 2007)

Corredor central

“As senhoras da limpeza também fazem o corredor todo e nem por isso jogam Futebol!”

Vítor Frade, citado por (Jorge D., 2012)

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Organização Ofensiva | Construção + Criação + Finalização | Construção pela primeira linha + Jogo entre-linhas + Passe vertical + Apoio frontal + Finalização à distância | Manchester City 2019

João Félix… o mago da intensidade II

Escrevíamos num artigo publicado em Setembro de 2018, que “em tempos comentámos que Félix fazia lembrar Cruijff na gestualidade, no drible, na pausa, na provocação quando fixa o adversário. De facto… mas não só. Cingindo-nos apenas a exemplos do Futebol Português, lembra-nos Aimar, Rui Costa, Deco ou Pedro Barbosa. Entre tantas coisas fantásticas em comum, destacamos uma. A pausa. Quando o jogo a pede. A tal que muda por completo a definição de intensidade no Futebol… a tal intensidade táctica… a tal intensidade específica do jogo. A tal que significa fazer bem e no tempo certo e não obrigatoriamente muito e depressa. Na forma como constrói, mas também como cria. O próprio drible é muito na essência da pausa, da mudança, da descontinuidade na execução que provoca e perturba emocionalmente o adversário”. O prodígio português trouxe-nos mais um momento delicioso… repleto de… intensidade.

https://www.facebook.com/SaberSobreOSaberTreinar/videos/383361065811870/

“(…) o futebol é como a música: a música que é toda do mesmo ritmo a gente não ouve durante muito tempo. O futebol precisa de nuances, tem tempos, tem timings, tem momentos, tem espaços que é preciso utilizar e criar.”

(Miguel Cardoso, 2018)

A dimensão “física”

“(…) se o futebol de Xavi, Iniesta e Messi abriram os olhos ao mundo, mostrando que ofensivamente não é por se apresentar um perfil morfológico mais pequeno que se poderá estar em desvantagem, pelo contrário, falta ainda entender que o mesmo baixo centro de gravidade poderá trazer vantagens também nas tarefas defensivas. Não é só no guardar a bola. Nos duelos individuais, na pressão, ser mais baixo é tantas vezes ser mais ágil e mais apto do ponto de vista motor na forma e na velocidade como se muda de direcção, como se reage à mudança de direcção do adversário.”

(Pedro Bouças, 2017)

Acções Individuais Defensivas | Desarme + Carga | Bernardo Silva 2019

Finalização

“Eu jogava com o Marco Van Basten no Milão. Eu perguntava-lhe como lhe deveríamos entregar a bola. Ele dizia, “passem-na apenas, e depois comecem a correr para festejarmos”. Ele estava sempre convicto que iria marcar, e normalmente estava certo.”

Carlo Ancelotti, citado por (Henry, 2018)

Acções individuais ofensivas + Organização Ofensiva | Finalização | Controlo de bola aérea + Remate em pontapé à meia volta | Rony Lopes 2019

Drible Vírgula

Organização Ofensiva | Acções individuais ofensivas | Drible + Vírgula | Marco Asensio 2018

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