Publicamos a continuação do tema Valores humanos, e o seu sexto capítulo – “Que valores?“. Desta vez, procuramos, de uma forma geral, compreender que valores devem guiar o jogador e a equipa. Em futuras publicações, iremos aprofundar cada um dos valores que defendemos como fundamentais. Na nossa opinião, não só no desporto, como em todas as dimensões da nossa vida.
O tema Valores Humanos encontra-se enquadrado em:
Por outro lado este tema será constituído pelos seguintes captítulos:
- Os alicerces do homem… e consequentemente do seu desempenho
- Uma sociedade em mudança
- Treinador e… educador
- O “jogar” expõe e cultiva valores
- Priorizar os (bons) valores humanos
- Que valores?
- A transmissão de valores
Deixamos um excerto do sexto capítulo publicado, “Que valores?“.
“Um dos valores que ensinamos é que temos de ter espírito de superação. Muitos madridistas choraram ontem, mas hoje levantaram-se e é essa a grandeza.”
(Butragueño, 2004) citado por (Lemos, 2005)
(…)
O autor (Rosado) descreve que “existe um grande consenso em torno de valores sociais e morais tais como honestidade, justiça, cuidado, consideração e respeito pelos outros”. Na obra institucional, publicada por (Rosa, 2014) dedicada à Ética no Desporto, o autor identifica “os seguintes princípios como estruturantes dos valores do desporto:
- Performance e realização: o desempenho deve ser sempre associado ao esforço utilizado para a concretização dos objetivos.
- Cumprimento de Regras: o desempenho é meritório se efetuado no cumprimento das regras.
- Igualdade de oportunidades: todos sem exceção têm acesso à prática desportiva, usufruindo nesta dos mesmos direitos e dos mesmos deveres. As condições de prática (e competição) devem também ser as mesmas para os diferentes praticantes, não devendo haver benefício prévio de uns sobre os outros.
- Respeito: necessidade de manifestação de tolerância e aceitação em relação a todos os envolvidos no desporto e fora dele.
- Saúde: a prática desportiva e os comportamentos a ela associados nunca devem colocar em causa a saúde e o bem-estar dos praticantes e seus companheiros/adversários.
- Satisfação pelo esforço: desenvolvimento de habilidades
- físicas e mentais através do permanente desafio a si próprio e aos outros.
- Fair-play: desenvolvimento do fair-play nas diferentes dimensões da vida através da aprendizagem deste no contexto desportivo.
- Respeito pelos outros: desenvolvimento da tolerância relativamente à diferença e à diversidade.
- Busca pela excelência: desenvolvimento de cultura de excelência associada ao bem-fazer.
- Equilíbrio entre corpo, mente e espírito: promoção de competências intelectuais e éticas através do desenvolvimento da literacia motora.”
(…)
O autor (Neto, 2012) sustenta que “a prática desportiva, que se define, primeiro que tudo, pela combinação entre a dimensão genuinamente lúdica e a dimensão agonística, isto é, a componente intersubjectiva no âmbito da qual duas vontades se confrontam em busca da vitória (Manuel Sérgio, 2001), constitui, por via disso e pelo facto de promover, acessória mas significativamente, o respeito pelas normas, a solidariedade, a festa e o convívio humano, perfila-se como instrumento privilegiado de socialização e de recreação (no duplo sentido: recreio e reestruturação interior)”. Desta forma, podemos então compreender os valores de cada pessoa como o seu carácter”. Também (Lemos, 2005) salienta que “segundo Sá, são três os principais valores fomentados ao longo do processo de formação: “o jogador tem de possuir espírito colectivo muito forte disponibilizando-se para as tarefas que o treinador lhe pede e que lhe solicite; que seja leal, que tenha espírito desportivo; e, que tenha uma grande capacidade de superação“.
(…)