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Um bom exemplo de pensamento divergente…. o cruzamento de calcanhar de Raúl Jiménez.

Um bom exemplo de pensamento divergente.

Onde os defensores do Manchester City viram acções como a recepção, controlo e protecção, Raúl Jiménez viu mais. Viu um cruzamento de calcanhar.

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(o post é gratuito)

“Porém, é importante salientar que a necessidade de se considerar o pensamento divergente, não se confina apenas ao processo de formação. Ela deverá ser uma preocupação constante, qualquer que seja o processo, nomeadamente ao nível do rendimento superior, o que nem sempre se verifica. Neste sentido, a menor qualidade observável no jogo de Futebol pode resultar não apenas de uma menor qualidade individual dos jogadores, talvez relacionada com a progressiva extinção do futebol de rua e com a falta de um espaço de aprendizagem que possa colmatar tal lacuna, mas também de uma redutora compreensão daquilo que poderá ser a complexidade do jogo e a organização funcional de uma equipa.”

(Hélder Fonseca & Júlio Garganta, 2006)

Atrair fora para criar dentro. Um exemplo.

Um contra-ataque 3×2+GR… ou melhor… 3×3+GR e possíveis soluções.

A situação sucedeu no México x Equador da Copa América. O momento para o Equador é de Transição Ofensiva, sub-momento de Contra-Ataque. No ângulo de análise que trazemos, o protagonista é Enner Valencia, atacante com bola que conduz o contra-ataque.

Num primeiro momento, sendo a situação inesperada por ser resultado de um ressalto, a recepção de Valencia é muito boa. Sendo orientada para a baliza adversária ganha imediato tempo e vantagem sobre a oposição, possibilitando uma situação de contra-ataque em 3×2+GR, que, se desenvolvida eficientemente, antecipava grande probabilidade de golo. Valencia toma ainda outra boa decisão. A condução, não caindo na tentação de passar para o companheiro à sua esquerda, que com mais espaço, aparentava estar em melhor condição para progredir para a baliza adversária. Não atendendo às especificidades individuais dos jogadores em causa, de uma perspectiva geral poderia ser um erro fatal ao contra-ataque porque não só este não se encontrava no corredor central, mas também porque o percurso para a baliza tinha uma elevada probabilidade de ser interceptado pelo opositor mais próximo, até porque este também se encontrava orientado e com os apoios virados para esse espaço.

Contudo, o equatoriano comete um erro de execução, deixando a bola para trás por um breve momento mas que numa situação com esta foi o tempo suficiente para permitir a recuperação de um terceiro defensor, tornando-se a situação num 3×3+GR, portanto elevando o grau de dificuldade para os atacantes.

Depois, a grande questão que na situação é colocada, torna-se a decisão sobre o último passe ou a opção tomada, a finalização. Sendo a simplificação da relação o desejável, ou seja, eventualmente colocar um segundo atacante em 1×0+GR, o ângulo em que este acabará para a baliza e tendo também em conta o seu pé dominante e qual ficará mais disponível para rematar, serão questões relevantes e uma análise e decisão extremamente difícil de fazer em tão pouco tempo e sob enorme desgaste. Deste modo, quando em condução pelo corredor central e já próxima da grande área, a opção pela finalização dificilmente se torna uma péssima opção porque existe um eventual enquadramento com a baliza e é possível que a contenção não esteja a ser muito agressiva por também ter a preocupação com os outros atacantes. Foi o caso. Nesta decisão, o que não correu bem foi a execução do remate.

Ainda assim, apesar da situação em causa não permitir o resposta fácil, podia ter surgido uma solução mais eficaz. Para decisão de último passe, para nós a decisão mais evidente seria realizá-lo quando, Chávez, o opositor mais próximo e que se encontra dividido por Valencia e pelo atacante mais à direita, decide rodar os apoios e enquadrar-se com o espaço exterior. O passe nesse momento encontraria-o em reduzida capacidade de reação e mobilidade o que colocaria o segundo atacante em 1×0+GR pela direita. Valencia também podia ter atacado o ímpar, ou seja, fixado esse defensor de forma a garantir que ficaria efectivamente fora da situação, tomando assim similar opção. Outra alternativa seria atacar o par, ou seja, atacar o espaço entre o defensor do meio e o à direita do portador, procurando criar indefinição entre os dois e possivelmente atraindo ambos à bola o que poderia permitir mais espaço para o mesmo último passe à direita ou, caso o defensor ao meio, Pacho, saísse à bola, poderia arrastar consigo a cobertura defensiva de Mena, o defensor da esquerda, abrindo dessa forma uma nova solução: o último passe para o terceiro atacante, mais à esquerda, Páez.

O Programa de Treino que desenvolvemos procura chegar a este nível de detalhe, garantindo propensão a diversas situações de relação numérica de contra-ataque para que surjam diversos contextos e possibilidades, e a eventual correção das decisões nos mesmos. A repetição é fundamental não só para compreender as melhores opções em diversos cenários, mas também para a apropriação dessas conclusões pelo sub-consciente do jogador, para o entrosamento entre os mesmos e em última instância para o crescimento do modelo de jogo da equipa. Desse modo, a tal velocidade e desgaste que o jogo proporciona torna-se menos condicionante e relevante na eficácia final da acção. Propiciar o crescimento da eficiência no jogo é o caminho para se atingir este derradeiro objectivo.

“a pausa, esta pausa é a marca dos melhores”

“A pausa refere-se sobretudo à capacidade para temporizar, para tomar decisões correctas no timing certo. Por não se desfazerem da bola porque sim, mas somente no momento e para o espaço ideal. Enfim, a pausa, esta pausa é a marca dos melhores. Dos que jogam o que o jogo dá, não o tendo decorado. As suas acções não surgem porque sim, mas porque aproximam sempre a sua equipa do sucesso. Têm ideias.”

(Pedro Bouças, 2015)

Qualidade colectiva e qualidade individual. Rodrigo Mora dá o exemplo.

Os princípios de jogo e a necessidade dos mesmos na resolução de uma situação de contra-ataque 2×2+GR III. Desta vez acrescentando pensamento divergente.

Os princípios de jogo e a necessidade dos mesmos na resolução de uma situação de contra-ataque II. Agora em 3×3+GR e 1×1+GR. Mas também o pensamento divergente de David Neres. Exemplos do Benfica x Vizela.

Quantidade não significa qualidade II. Um contra-ataque em 5×2+GR.

Criação | Livre Indirecto + Último passe + Criatividade

“Tinha um treinador que dava muitas indicações: “Ó Simões, faz isto assim e assado.” Mas eu não sabia fazer aquilo daquela maneira, então pegava na bola e fazia à minha maneira. E ele lá dizia: “Pronto, assim também está bem!” A criatividade é assim. Por isso é que digo que conheço muitos jogadores que em muito contribuíram para fazer treinadores, isso sim.”
António Simões, citado por (Cabral, 2016)

Recepção | Recepção orientada + Último passe

Acções Individuais Ofensivas + Orrganização Ofesniva | Construção + Criação | Leitura de jogo + Recepção + Recepção Orientada + Jogo entre-linhas + Apoio frontal + Último passe | Bruno Fernandes 2020

Último passe

“Deixa pronto para os demais
Próximo da baliza adversária,
é talento p’ros geniais
quer dentro quer fora d’área.”
(Frade, 2014)

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