Tag Archive for: acções individuais ofensivas

Remate de bico

Publicamos um novo sub-tema na área Ideia de Jogo proposta. Trata-se de uma Acção Individual Ofensiva de Remate, o Remate de bico. Deixamos um excerto da página.

(…)

“Esta ideia é reforçada com a realidade do Futsal. Um jogo em espaço não curto, com quase permanente pressão sobre a bola, muitas disputas, uma baliza pequena mas também defendida por um Guarda-Redes, induziu o desenvolvimento de outros recursos aos jogadores. O remate e o passe de bico foi um deles. Isto porque o mesmo implica uma execução mais rápida, maior espontaneidade e consequentemente menor capacidade de resposta da oposição e também, quando bem executado, maior precisão. Este facto resulta desta superfície de contacto do pé ser muito menor, e como tal permitir uma sensibilidade muito mais precisa com a superfície de contacto da bola e dessa forma possibilitar uma maior colocação do remate ou passe. Nesta perspectiva, um paralelismo interessante ao remate de bico é o taco e a bola de bilhar.”

(…)

“Não tem padrão

a precisão,

o exacto

depende de cada acto,

na semelhança da configuração

a dimensão técnica está no padrão,

configurando a variabilidade

que como execução

só o exacto da precisão

acerta com complexidade.”

(Vítor Frade, 2014)

Exercício A-3OO1A

Adicionamos aos conteúdos Saber Sobre o Saber Treinar, especificamente ao Programa de Treino, a apresentação do Exercício A-3OO1A. Como referido, no Programa de Treino, o exercício Exercício A-3OO1A situa-se no primeiro Ciclo Semanal (A) dos quatro que o compõem, terceira sessão de treino (-3), objectivo de Organização Ofensiva (OO), primeira parte da sessão (1) e exercício (A) dessa parte. Exercício que tem por objectivo específico as Acções Individuais Ofensivas, em particular, o Passe, a Recepção e a Desmarcação.

“Não é pensar. É fazer. E ao fazer, eu encontro o meu caminho. Eu usava a parede de tijolo ao redor da entrada do prédio. Você vê aquela linha de tijolos verticais, como uma trave? Na maioria das vezes eu estava sozinho, apenas chutando a bola contra a parede, observando como ela ressaltava, como voltava, apenas controlando-a. Eu achava isso tão interessante! Tentando de diferentes maneiras: primeiro com um pé, depois com o outro, procurando coisas novas: parte interna do pé, parte externa do pé, chuto com o peito do pé… criando um tipo de ritmo, acelerando, desacelerando. Às vezes eu fazia mira a um tijolo específico, ou à trave. Pé esquerdo, pé direito, fazendo a bola girar. Repetidas vezes. Era apenas divertido. Eu estava aproveitando. Interessava-me. Talvez outras pessoas não se incomodassem. Talvez não achassem interessante. Mas eu estava fascinado. Muito mais tarde, você poderia dar um passe num jogo e talvez olhar para trás e perceber: “Ah, espera aí, eu sei de onde vem esse toque.” Mas quando criança você está apenas chutando uma bola contra a parede. Você não está pensando num passe. Apenas está apreciando a mecânica disso, o prazer de fazê-lo.”

Dennis Bergkamp em (David Winner, 2013)

Memórias do Futebol de Rua. O golo ao ângulo.

A infância e adolescência imprimiu-nos memórias incríveis. Num plano de imaginação e criatividade infindável, as brincadeiras e os jogos que realizávamos na rua tinham um poder fenomenal para nos fazer sonhar. O futebol, culturalmente o jogo de maior impacto na maioria das sociedades, absorvia muitas crianças nesses contextos, fazendo-as visualizar feitos incríveis no próprio jogo da rua. Porém, em paralelo, também um dia num grande estádio numa final de uma grande competição.

Mas essa imaginação levava-nos a sonhos concretos. Na galeria dos mais notáveis, tínhamos o golo em pontapé de bicicleta, o golo em em remate “de primeira”, a jogada em que driblávamos todos os adversários e marcávamos ou assistíamos, a intercepção imperial sobre a linha de golo, o desarme limpo em tackle a um adversário que se preparava para ficar isolado, o túnel perfeito, o drible que desorientava por completo o adversário, a defesa do guarda-redes completamente em voo que interceptava um remate extraordinariamente colocado, e claro está… o fenomenal golo ao ângulo da baliza. Indiscutivelmente um local místico do campo de futebol. Símbolo da perfeição, de lendas e de mitos.

O golo ao ângulo da baliza ou lá próximo, era até antecedido por uma sensação de sucesso na execução de quem rematava, imediatamente após a bola sair do seu pé. Era como que uma espécie de premonição do que estava para acontecer. E nesse caso, no mínimo a bola encontrava o poste ou a barra da baliza, o que não providenciando eficácia, seria na mesma espectacular.

Na rua, ou no jogo de rendimento, este golo lendário promove uma sensação de admiração e êxtase entre jogadores e adeptos, pois é visto como um momento de pura genialidade. Assim, é muitas vezes lembrado e revivido, tornando-se parte da história e da mitologia do jogo.

Acções Individuais Ofensivas | Drible | Bergkamp turn

Publicámos uma nova página no trabalho Saber Sobre o Saber Treinar. Inserido na Ideia de Jogo, trata-se de uma Acção Individual Ofensiva, mais especificamente, um Drible: o Bergkamp turn.

“Se conhecerem alguém que jogue melhor do que ele, avisem-me”. E eu digo: Se tiver existido um jogador superior a ele em termos técnicos, convido a deixarem o nome na caixa de comentários. Bergkamp nem se destacava especialmente pelos dribles, mas era o rei da técnica, em todas as dimensões. Técnica de passe, técnica de recepção, técnica de remate, técnica de condução…tudo parecia fácil nos pés do holandês que fez alguns dos mais incríveis golos da primeira década do novo século.”
(Arsène Wenger)

 

 

Acções Individuais Ofensivas | Drible | Roleta

Publicámos uma nova página no trabalho Saber Sobre o Saber Treinar. Inserido na Ideia de Jogo, trata-se de uma Acção Individual Ofensiva, mais especificamente, um Drible: a Roleta.

“Apesar do drible Roleta ter ficado associado ao francês Zinedine Zidane, a verdade é que já sugira no jogo muito antes da década de 90. Segundo a (Wikipedia, 2022), também conhecida como o “360, Spin, Mooresy Roulette, Roulette, Girosflin”. Associada em determinado momento ao histórico Diego Maradona, foi de facto com o francês Zinedine Zidane que se tornou mais célebre ficando mesmo como uma das suas imagens de marca. A mesma fonte acrescenta que “com tantos nomes diferentes, a origem exata desta habilidade é desconhecida. A “Marseille turn” foi popularizada na Europa pelo avançado francês Yves Mariot na década de 1970. Diego Maradona e Zinedine Zidane foram, sem dúvida, os expoentes mais notáveis da jogada, sendo também conhecida como “Maradona turn” e “Zidane turn””.”

Recepção | Recepção orientada + Último passe

Acções Individuais Ofensivas + Orrganização Ofesniva | Construção + Criação | Leitura de jogo + Recepção + Recepção Orientada + Jogo entre-linhas + Apoio frontal + Último passe | Bruno Fernandes 2020

Drible | Simulação de recepção

Acções individuais ofensivas | Recepção + Recepção orientada + Drible + Simulação de recepção | Félix Correia 2019

Drible | Simulação de condução

“Para muestra está la famosa anécdota de Garrincha en la final del Mundial Chile 62, cuando el entrenador de Checoslovaquia (Rudolf Vytlačil) le dice a su lateral que tenga cuidado con Garrincha porque el atacante brasileño siempre amagaba hacia adentro y desbordaba por afuera. En el primer tiempo, el brasileño le pega un baile memorable a su marcador, y en el descanso, el entrenador le recrimina a este que no siguió sus indicaciones, que “Mané” siempre hacía la misma jugada, que amagaba por adentro y desbordaba por afuera, a lo que el defensor le respondió que sí, que él le había dicho eso, pero que no le dijo cuándo Garrincha haría todo eso. Ahí puede resumirse todo lo extraordinario del fútbol, en el cuándo.”

(Ezequiel Fernández Moores, 2019)

Drible | Simulação + Túnel

“Ser mais rápido e mais forte não garante sucesso na hora em que o pé toca na bola.”
(Pedro Bouças, 2015) a propósito de Cristiano Ronaldo

A natureza do jogo: o caos a desordem e incerteza II

“(…) se o comportamento fosse determinado previamente a nível cognitivo, a adaptabilidade ao contexto seria impossível, uma vez que o contexto está em constante mudança.”
(Araújo, 2003), citado por (Campos, 2008)

Último passe

“Deixa pronto para os demais
Próximo da baliza adversária,
é talento p’ros geniais
quer dentro quer fora d’área.”
(Frade, 2014)

Saber sobre o saber jogar II

“Ser um atleta excepcional, ou até genial, é sem dúvida distinguir-se, pelos primores técnicos, pela inteligência táctica e pelo alto rendimento, em relação aos demais colegas de equipa, mas é também estar essencialmente em relação com todos eles. Fora desta dialéctica de distinção e integração, o atleta excepcional não se compreende. A autonomia do singular não constitui um dado absoluto, dado que assim se lançaria ao esquecimento a plurideterminação do real”.

(Manuel Sérgio, 1991) citado por (Neto, 2012)

https://www.facebook.com/SaberSobreOSaberTreinar/videos/408987793265145/

“(…) esta transformação só é possível graças à nossa neuroplasticidade, que é a capacidade que temos de reorganizar estruturas nervosas e mentais em resposta a estímulos e necessidades. É um fenómeno fisiológico que tem uma relação muito forte com a aprendizagem. Um exemplo clássico de neuroplasticidade está nos cegos: eles compensam a falta de visão desenvolvendo a audição, o olfato e o tato para níveis acima da média. (…) Ericsson explica que, para desenvolver expertise sobre algo, é preciso um investimento de tempo e prática para que nossos corpos e mentes desenvolvam processos cognitivos eficientes e rápidos, com base em redes de neurónios, músculos e esquemas mentais fortalecidos e aprimorados depois de um longo processo de trabalho. É preciso se submeter a uma determinada atividade por muito tempo, de forma regular e sistemática, para garantir que as estruturas fisiológicas e mentais que facilitam a prática nao se desfaçam. (…) 10 mil horas é uma eternidade. Significa que qualquer progresso visível só vai surgir depois de muito tempo de treino. É como se sentir eternamente na estaca zero depois de praticar uma escala de dó maior no piano por horas. A impressão que fica é que a primeira coisa a se treinar é a determinação e a motivação para não desistir durante uma prática tão longa”.

(Monteiro, 2012)

https://www.facebook.com/SaberSobreOSaberTreinar/videos/1643703102440141/

“Toda a diferença está na concepção de quem enaltece o supérfluo e não o essencial: o esforço só faz sentido quando se joga verdadeiramente; o músculo só conta se o cérebro estiver a funcionar; a velocidade só tem importância se quem a utiliza souber travar, tal como a coragem só serve de arma enquanto houver gente com medo.”

(Dias, 2002)

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