Fadiga central

O autor (Carvalhal, 2010), questiona se existe “apenas cansaço físico? A maioria das vezes o intervalo temporal entre jogos cumpre os limites “fisiológicos “ … Vejo com atenção alguns jogos, vivencio esta realidade, e constato que muitas vezes as equipas correm até demais, lutam, são intensas, no entanto falham muitos passes e por vezes perdem organização… como explicar tudo isto?” Segundo (Sampaio, 2013), “quando estudamos, quando lemos um livro, quando escrevermos um artigo, quando temos um trabalho de enorme concentração, mesmo realizando a tarefa sentados, no final estamos cansados. Deste modo, entendendo que um jogador para jogar futebol necessita de concentração de decisões, de pensamento simultaneamente com execução (físico) o entendimento do desgaste ou cansaço de um jogador não pode ser só entendido como uma recuperação física (muscular) mas também mental (cérebro e sistema nervoso central)”. Também de acordo com (Carvalhal, 2010), “é indescritível o cansaço que um treinador sente no final de um jogo! Mas como explicá-lo? Não andou muito, não correu, não teve uma relevante exigência física… estão certamente a pensar como eu… fadiga mental! É muito importante tomar consciência que tal como a fadiga física (sistema nervoso periférico), também existe a mental (sistema nervoso central) e ambas se fazem sentir no nosso organismo durante, e principalmente depois de um jogo.”

Experiência

Habitualmente não realizamos neste espaço, análises individuais e colectivas, nomeadamente depreciativas. O nosso foco está em seguir e teorizar o caminho que os melhores trilham. Porém, perante o tema que é objecto da nossa investigação, teremos sempre que abrir excepções.

Hoje na análise à pesada derrota do Bayer Leverkusen na Liga dos Campeões, um recente analista e ex-jogador, referiu que “apesar da qualidade do Paris SG, nada fazia supor este resultado, dada a força do futebol alemão e porque o treinador do Leverkusen, Sami Hyypiä é um treinador experientíssimo“. A pretensão não é analisar a qualidade do treinador em causa, porque para além de não ser esse o objectivo deste artigo, também não dispomos de informação e conhecimento suficiente para o fazer. Assim restringimo-nos à qualificação “experiência” utilizada pelo comentador, que nos parece incrivelmente desajustada.

Histórico de Sami Hyypiä como treinador, (zerozero.pt, 2014).

Histórico de Sami Hyypiä como treinador, (zerozero.pt, 2014).

A única explicação encontrada para esta qualificação é o seu passado como jogador, que é de facto, significativo. E é aqui que nos debruçamos. Continua viva a ideia de que uma carreira de jogador no Futebol de Rendimento é garante para se ser um treinador de sucesso. Não é. Ao longo da história do Futebol acumulam-se as experiências falhadas com ex-jogadores e por outro lado com recém-licenciados, por falta de preparação para a função. Tudo porque alguém, com responsabilidades directivas, viu neles algumas qualidades ou potencialidade para o cargo. Porém não percebeu, que a função exige muito mais do que algumas qualidades, experiência ou conhecimentos: exige tudo isso, a multidisciplinaridade de conhecimentos e uma formação e experiência contínuas.

Saber jogar Futebol está no domínio dos bons jogadores. Saber sobre o saber jogar é apenas restrito a alguns, que podem até nem ser os melhores. E saber sobre o saber jogar é apenas uma face da necessária competência do treinador – o saber treinar. Uma boa Liderança e uma Metodologia de Treino de qualidade são outras necessidades da função.

Saber sobre o saber treinar, ou seja, o conhecimento sobre a função do treinador apenas está ao alcance de quem sobre ele reflecte. Jogadores, treinadores, analistas, comentadores, etc., que não ultrapassaram a fasquia do saber jogar, terão sempre muita dificuldade em compreender esta realidade.

Livro

Êxito - as 11 chaves da motivação, do sucesso e da liderança vistas a partir dos melhores treinadores do mundo, Jordi Urbea & Gabriel García de Oro, 2012

Êxito – as 11 chaves da motivação, do sucesso e da liderança vistas a partir dos melhores treinadores do mundo, Jordi Urbea & Gabriel García de Oro, 2012

O Futebol podia ser mais vezes assim

Jürgen Klopp, José Mourinho e o árbitro da partida, minutos antes do jogo da primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões de 2013 entre Dortmund e Real Madrid.

Manuel Sérgio sobre a comunicação

Apresentação de Jorge Jesus na Faculdade de Motricidade Humana de 11 de Março de 2013, na íntegra em:

http://www.youtube.com/watch?v=JgY_mTD9HR4

Pai leva o filho ao seu primeiro jogo de Futebol

Para (Amado, 2012), ser adepto “é ser alguém que gosta especialmente de um clube, tendencialmente de modo irracional, e que se regozija com a vitória desse clube”. Ainda (Clemente, 2012), em comentário a (Amado, 2012), destaca que “a satisfação da vitória não é acerca do jogo, mas essencialmente acerca das pessoas à tua volta”.

Futebol de Formação

Josep Guardiola - no futebol de formação do Barcelona

O segredo do Barcelona “são 25 anos da mesma ideia. Foi a base
que fez mudar a primeira equipa e não o contrário. E hoje há uma comunhão
absoluta. Temos um treinador que chegou ao clube aos 13 anos, ganhou uma Taça
dos Campeões, foi capitão de equipa, passou pelas equipas de formação e
compreende tudo. Temos o círculo fechado.”

Director de formação do Barcelona Albert Puig, citado por (Paralvas, 2011)

Guardiola & Mourinho