40’s e 50’s [Subscrição Anual]

Publicamos um subtema da História do treino do futebol, Trata-se do segundo capítulo denominado 40’s e 50’s.

O tema 40’s e 50’s no nosso trabalho, situa-se em:

Deixamos excertos do tema 40’s e 50’s:

“não é possível falar de Periodização do treino, com clareza, até ao surgimento de um artigo de Letunov, em 1959 “Sobre o Sistema de Planeamento do Treino”. O referido autor apresenta críticas aos modelos de planeamento, sobretudo, pela falta de bases fisiológicas e individualização do processo, apresentando neste artigo, a sua proposta que incorporava conhecimentos sobre a adaptação biológica aos modelos de treino e uma divisão da temporada em períodos de treino geral e específico, destinados à aquisição da forma, período competitivo e um outro destinado à diminuição do nível de treino (Silva, 1998; López et al., 2000)”

(Jorge Braz, 2006)

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O treinador e no momento seleccionador nacional de Futsal (Jorge Braz, 2006) identifica na sua tese que “em 1940 surge G. Dyson a defender ideias sobre treino anual ininterrupto e propõe a divisão da temporada de preparação em cinco períodos”. Posteriormente, em 1949, de acordo com (Gonçalo Carvalho, 2019), “Ozolin propõe uma divisão do período preparatório em dois momentos: preparação geral e específica e período competitivo. Este último era dividido em seis momentos, nomeadamente competitivo inicial, competitivo propriamente dito, descarga, preparação imediata, conclusiva e competição principal. Deste modo, Ozolin defendia a inexistência de um descanso total e uma duração semelhante de todas as etapas, divergindo os conteúdos de desporto para desporto”. Os autores (Juan Bordonau & José Villanueva, 2018) acrescentam que Ozolin “também defendeu que o descanso completo seja limitado a casos especiais por um tempo limitado (5 a 7 dias), dizendo que as etapas da temporada devem ter a mesma duração para todos os desportos, mas com distribuição de conteúdo diferente”. O espanhol (Francisco Seirul·lo Vargas, 1987) corroborado por (Rui Faria, 1999) e (Jorge Braz, 2006), reforça que “o mesmo autor, juntamente com N. Ozolin, desenvolve, nos anos 50, modelos aplicados ao atletismo cuja base assenta numa preparação multilateral que culmina numa especialização no momento da competição”.

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Outros destaques que (Forteza de La Rosa, 2000) identifica nesta fase da evolução do treino, surgiram “na segunda metade do nosso século”, denominando este período como o período científico no treino desportivo, sendo decisivo para este desenvolvimento os resultados alcançados entre 1945-1965″. Então, o autor expõe que Woldemar Gerschler, um investigador dedicado ao método prático de Zatopek, em conjunto com Reindell e outros colaboradores, fundamentou cientificamente o Interval Training e fez algumas modificações ao método original de treino de Zatopek. Os médicos cardiologistas Reindell, Roskman e Keull chegaram à conclusão de que o verdadeiro efeito do treino de intervalos no sistema ocorria durante as pausas, e não durante o esforço. Por essa razão, essas pausas foram denominadas como pausas ativas ou benéficas”. Paralelamente, “na Austrália, o treinador Percy Ceruty adotou o método dos suecos, ou seja, treino em contato com a natureza, banhos, descanso, saunas, entre outros. Na Nova Zelândia, Arthur Lidiard foi influenciado pela leitura de materiais ingleses sobre treino e extraiu o que havia de melhor nos sistemas de resistência. O atleta mais destacado que ele treinou foi Peter Snell. No Reino Unido, Morgan e Adamson criaram o Treino em Circuito, baseado no Body Building americano. O método é fundamentado no uso de pesos, cordas e outros elementos em forma de “estações”, onde os participantes mudam de uma para outra e trabalham em vários grupos musculares de forma alternada, com alta intensidade. Esse método permite o treino de vários atletas ao mesmo tempo, com o objetivo de melhorar principalmente a potência muscular e a resistência anaeróbia. Nos Estados Unidos, destacam-se os treinadores James Counsilman na natação e William O’Conor no atletismo, entre outros. Nesse país, desenvolve-se o método do Power Training ou treino com sobrecarga progressiva para o desenvolvimento da força e potência. Além disso, o Dr. Kenneth Cooper desenvolveu o programa de exercícios aeróbios denominado Aerobismo, baseado em exercícios que estimulam a atividade cardíaca e pulmonar por um período prolongado, com baixa intensidade. Ele estudou o consumo de oxigénio e, após várias pesquisas, criou o Teste de Cooper”. Deste modo, o autor sublinha que “este período científico resultou em um grande número de concepções científicas em diferentes partes do mundo, levando a quatro escolas distintas que possuem estilos diferentes de abordar o processo de treino esportivo, devido a fatores como regiões geográficas, condições sociopolíticas, eventos históricos, religiões, modos de vida, entre outros”. Essas escolas foram as seguintes:

ESCOLAS PAÍSES CENTRO DE INVESTIGAÇÃO AUTORES
Saxónica Nova Zelândia. Austrália. Canadá. África do Sul. Estados Unidos da América Harvard. Indiana. Quebec. Ohio Curenton. Cousilman. Mathews. Morehause. Cooper. Ceruty. Lidyard. Bompa
Socialista R.D.A. Cuba. Polónia. Hungria. Bulgária. Checoslováquia. U.R.S.S. Leipzig. Moscovo. Varsóvia. Bucareste. Sofia. Bratislava. Havana. Simkim. Matveyev. Ozolin. Harre. Yeremin. Platonov. Volkov. Verchoshanskij
Europa Ocidental R.F.A. Inglaterra. França. Itália. Espanha. Suécia. Bélgica. Colónia. Friburgo. Paris. Estocolmo. Bruxelas. Roma. Madrid. Gerschller. Reindell. Nett. Hollman. Astrand. Morgan
Asiática Japão. Coreia. China. Tokio. Pequim. Matsusawa. Ikai. Fukunaga. Hirata. Matsudaika

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20’s e 30’s [Subscrição Anual]

Publicamos um subtema da História do treino do futebol, Trata-se do segundo capítulo denominado 20’s e 30’s.

O tema 20’s e 30’s no nosso trabalho, situa-se em:

Deixamos excertos do tema 20’s e 30’s:

“Até à década de 40, o futebol era visto como um malefício, físico e mental. A ginástica, obrigatória na altura, era vista como uma forma de compensar os problemas que o futebol trazia. Desse modo, surgia nas equipas técnicas a figura do professor de ginástica.”

(Monge da Silva, 2017)

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Segundo (Jorge Gomes, 2004), baseando-se em Raposo (2002), “este conjunto de leis, que visa melhorar a participação nas competições, em alguns aspectos mantém uma certa actualidade, tendo a divulgação das mesmas permitido o aumento da frequência semanal de treinos e a diferenciação das tarefas segundo o índice de especificidade e intensidade”. Assim, (Jorge Braz, 2006) defende que “começam, assim, a surgir alguns princípios da periodização do treino. Em 1922 Gorinovski escreveu o primeiro livro com o título “Bases fundamentais do treino”. Em 1928, L. Mang, é pioneiro na história do treino ao formular o desenvolvimento paralelo do treino físico orgânico, técnico e táctico, coordenando diversas variáveis de preparação“. Pelo exposto, ao longo da história do treino existiram sempre mentes disruptivas que pensavam para além dos paradigmas e influências culturais vigentes.

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Novamente (Jorge Braz, 2006), descreve que “em 1939, K. Grantyn publica em Moscovo um estudo que se intitula “Conteúdos e princípios gerais da preparação do treino desportivo“, onde tenta enunciar as características essenciais que deve ter a periodização do treino em todos os desportos”. Também (Jorge Gomes, 2004) aponta que Grantyn também alertou “para a manutenção da união entre especialização desportiva e formação geral e polidesportiva (Gomes, 2002)”. De acordo com (Rui Faria, 1999), o autor russo apresenta pela primeira vez “um ciclo anual de treino sem interrupção”, divide-o em “três grandes períodos”, aponta “conteúdos precisos para cada período” e “tem como objectivo encarar a competição no melhor estado de forma”. Especificando, o autor (Filipe Martins, 2003) acrescenta ainda que Grantyn “lança as bases de uma teoria geral do treino, propondo a divisão do ciclo anual em três etapas (de preparação, principal e de transição), com durações e objectivos determinados pelas características das modalidades”. Também (Francisco Seirul·lo Vargas, 1987) confirma estas ideias, reforçando que deste modo, com conteúdos precisos em função da modalidade permitiria “enfrentar a competição no melhor estado de forma”.

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Exercício A-5TO3A [Subscrição Anual]

Publicamos um primeiro elemento do Programa de Treino. O exercício A-5TO3A. Lembramos que não se trata de um exercício concreto, mas de um tema numa perspectiva micro do Programa, que obedece a determinada lógica da respectiva sessão, do ciclo semanal e do programa ao nível da distribuição de conteúdos. Porém, associado a ele, publicamos também 6 propostas de exercícios concretos. Deixamos uma amostra do que ficará disponível na subscrição anual.

Deixamos alguns excertos da página do exercício A-5TO3A:

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Ainda abordando a duração na sua relação com a pausa, mais concretamente, a densidade, torna-se fundamental que o(s) treinador(es) responsáveis pela operacionalização dos exercícios A-5TO3A e A-5TO3B, num ciclo semanal que sucede à competição, promovam pausas óptimas entre repetições e entre exercícios, para que os objectivos se mantenham em aquisição ou consolidação e paralelamente ajudem na recuperação e não resultem em significativo aumento de fadiga acumulada. Para tal, é fundamental a sensibilidade dos treinadores aos indicadores subjectivos de fadiga e engenho, criatividade e comunicação de forma a manipular a competitividade dos exercícios e os “quandos” e formas de os pausar. Neste contexto, de acordo com a treinadora (Marisa Gomes, 2011), jogadores em estado de fadiga, apresentam-se “contraídos, lentos e com uma enorme incapacidade para jogar com sucesso, com passes errados, com más decisões e com uma execução (drible, remate, desmarcação, etc)”. Segundo Paco Seirul·lo em (Zona Mister, 2016) um jogador fatigado apresenta “músculos tensos, menor tempo de reacção, e menor destreza mental”. Carlos Queiroz citado por (João Romano, 2007), partilha a mesma opinião ao referir “que quando uma equipa tem de enfrentar um jogo sem conseguir uma regeneração completa, do ponto de vista fisiológico e emocional, se ressente, através de menor concentração, menor entusiasmo, menor alegria, menor disponibilidade e menor eficiência. Assim, o surgimento da fadiga reflecte-se, em suma, numa diminuição da intensidade das acções”. Jogadores e outros autores, entre outras qualidades, referem também uma perda substancial de criatividade quando o jogador está sob fadiga, o que se torna facilmente explicável pela menor disponibilidade nervosa para a tarefa, levando o jogador a procurar se concentrar no essencial e no que apresenta padrão e conforto.

(…)

““como” tirar da zona de pressão para manter a posse de bola poderá estar no “proteger, rodar, passar”. Mas, tão importante como os “comos” são os “porquês”. Partindo do princípio que a equipa pretende ter a bola, quando não a tem deve ter o objectivo de a recuperar. Por sua vez, quando a recupera deve ter o objectivo… de a manter! Manter, com a consciência do que se pretende com essa manutenção. Não a posse pela posse, que fique claro. O que se pretende é desequilibrar a equipa adversária.”

(Mauro Santos, 2010)

 

Deixamos algumas ideias para o desenvolvimento deste exercício:

Exercício 166 | A-5TO3A-1 | Impedir a criação + Reação ao ganho + Valorização da posse de bola | Garantir imediatos apoios ao portador + Garantir imediata cobertura ofensiva + Tirar a bola da pressão + Aproveitar os espaços livres + Reorganização ofensiva + Critério na posse

Exercício 167 | A-5TO3A-2 | Impedir a criação + Reação ao ganho + Valorização da posse de bola | Garantir imediatos apoios ao portador + Garantir imediata cobertura ofensiva + Tirar a bola da pressão + Aproveitar os espaços livres + Reorganização ofensiva + Critério na posse

Exercício 168 | A-5TO3A-3 | Impedir a criação + Reação ao ganho + Valorização da posse de bola | Garantir imediatos apoios ao portador + Garantir imediata cobertura ofensiva + Tirar a bola da pressão + Aproveitar os espaços livres + Reorganização ofensiva + Critério na posse

Exercício 169 | A-5TO3A-4 | Impedir a criação + Reação ao ganho + Valorização da posse de bola | Garantir imediatos apoios ao portador + Garantir imediata cobertura ofensiva + Tirar a bola da pressão + Aproveitar os espaços livres + Reorganização ofensiva + Critério na posse

Exercício 170 | A-5TO3A-5 | Impedir a criação + Reação ao ganho + Valorização da posse de bola | Garantir imediatos apoios ao portador + Garantir imediata cobertura ofensiva + Tirar a bola da pressão + Aproveitar os espaços livres + Reorganização ofensiva + Critério na posse

Exercício 171 | A-5TO3A-6 | Impedir a criação + Reação ao ganho + Valorização da posse de bola | Garantir imediatos apoios ao portador + Garantir imediata cobertura ofensiva + Tirar a bola da pressão + Aproveitar os espaços livres + Reorganização ofensiva + Critério na posse

O início do século XX [Subscrição Anual]

Publicamos um subtema da História do treino do futebol, Trata-se do segundo capítulo denominado O início do século XX.

O tema O início do século XX, no nosso trabalho, situa-se em:

Deixamos excertos do tema O início do século XX:

 

“A evolução do Homem passa, necessariamente, pela busca do conhecimento.”

Sun Tzu

Após tentarmos compreender as origens e evolução do treino desportivo ao longo da história da humanidade aproximámo-nos rapidamente do presente. Alguns relatos descrevem que a meio do século XIX, as práticas desportivas apresentavam-se focadas no espectáculo e nas apostas sobre o resultado competitivo, concretamente através do Hipismo, Boxe e corridas pedestres. Neste enquadramento, dada a pressão para obtenção de resultados, tornou-se expectável um crescente investimento no treino desportivo. Contudo, como vimos atrás, foram os Jogos Olímpicos da era moderna que imprimiram outra evolução ao Treino Desportivo.

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O autor (Filipe Martins, 2003) aponta que “tal como nos refere Silva (1998), as primeiras noções sobre a periodização do treino foram elaboradas por Murphy e Kotov (anos 10-20) que, pela primeira vez, evidenciaram a preocupação em organizar as actividades de treino com o intuito de melhorar o rendimento desportivo. Assim, agruparam os conteúdos e tarefas do treino em fases, visando uma progressão que permitisse obter um estado de forma no momento desejado da competição“. Segundo (Gonçalo Carvalho, 2019), “Murphy, em 1913, já considerava necessário um programa mínimo de 8 / 10 semanas para que o atleta pudesse competir ao seu mais alto nível”. Já (Francisco Seirul·lo Vargas 1987), acrescenta que “Murphy (1913) e Kotov (1916) que, se bem que não apresentavam ciclos de treino claramente definidos, agrupavam os conteúdos e as tarefas de treino em fases, que pretendiam uma progressão para obter o estado de forma no momento da competição“.

(…)