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Pequenas decisões, grandes consequências.

“a imagem do líder é o seu exemplo. Em todas as suas atitudes.”

(Tomaz Morais, 2014) 

A última substituição de Roger Schmidt no Benfica x Arouca terá simbolizado a despedida de Rafa do Benfica após oito anos no clube. Mas não só. Por outro lado, foram os primeiros minutos de João Rêgo na equipa principal do Benfica após seis anos no clube e o lançamento de mais um produto do futebol de formação português.

Se ao contrário das últimas décadas, o lançamento de um jovem jogador formado num clube português já não é um acontecimento surpreendente e grande notícia, este caso concreto torna-se especial porque naquele momento o treinador alemão podia ter optado pela estreia do jovem argentino Gianluca Prestianni contratado esta época ao Vélez Sarsfield por 9 milhões de euros.

O nosso foco não se coloca na comparação e na avaliação do potencial e qualidade de cada um dos jogadores em causa. Coloca-se sim na decisão de Roger Schmidt, que pode parecer pequena, mas apresenta potencial para produzir grandes consequências. O momento futebolístico de João Rêgo é fruto do investimento e das qualidades do próprio, eventualmente dos seus familiares, e do trabalho de muitas pessoas durante o seu processo formativo. E ainda, de um grande investimento do clube em conjunto com um pequeno contributo da FPF dada a sua presença nas selecções nacionais jovens.

Deste modo, é dado um sinal. É reforçado e indicado um rumo. Interna e externamente. Um sinal que demonstra confiança e aposta nesse projecto de longo prazo do clube e no trabalho dessas inúmeras pessoas envolvidas no Futebol de Formação. Contribuindo assim, decisivamente, não só para a motivação das mesmas com também para a motivação dos jogadores mais jovens que virão a seguir. Em última instância trata-se da valorização do jogador português de uma forma geral. Sendo ainda que o valor que o argentino custou ao clube fortalece ainda mais a transmissão desta ideia. É portanto, uma dose de “fermento” em todo o processo. O próprio diretor-geral do Benfica Campus, (Pedro Mil-Homens, 2022), aponta isso mesmo, ao sustentar que “um clube como o Benfica só pode ter um projeto de formação na dimensão que tem — investimento, recursos humanos, instalações, expectativas — se o principal objetivo for retirar deste projeto jogadores para o seu futebol profissional”.

Treinadores de futebol de formação do AC, Milan, em entrevista ao canal do clube (AC Milan, 2013) descreveram que a maior recompensa para um treinador de formação pode ter é “ver crianças crescerem e tornarem-se homens e que alguns destes jogadores atinjam o futebol profissional. Isso quer dizer que no percurso, nós ensinámo-lhes alguma coisa valiosa”.

“Gere-se havendo diálogo, escolhendo pessoas para a direção técnica da equipa principal que se alinhem com o projecto do clube. O clube tem um projeto e as pessoas encaixam, com certos graus de liberdade, mas num rumo que é preciso manter. De outro modo o clube perde a sua identidade e o seu ADN.”

(Pedro Mil-Homens, 2022)

Etapa de integração na equipa A

“Acho que é com o tempo, com a repetição, com o número de jogo, com o número de estágios, aos poucos… E aquele “uau! estou a jogar com «não sei quem»!” acaba por desaparecer aos poucos. E quando nos sentimos realmente parte da equipa deixamos de olhar para o lado e pensar o “uau!”. Já nos sentimos parte dessa grandeza. Acho que a forma como as pessoas mais velhas recebem e tentam integrar os mais novos é sem dúvida o mais importante.”

(Bernardo Silva, 2024)