Publicamos um novo exercício gratuito: “Impedir o último passe para diferentes objectivos“.
Desta vez trazemos uma adaptação de um exercício de um conhecido treinador português. O exercício original mostrou-se desde logo extremamente rico em comportamentos, porém, sentimos a necessidade de torná-lo mais específico a determinados objectivos e momentos de jogo.
Interpretando-lhe, dadas as suas condicionantes, uma grande propensão para o ataque à profundidade através do passe de ruptura para as costas da última linha da equipa que defende, foi nossa opção dirigi-lo principalmente para os momentos de Organização Defensiva, nomeadamente para a pressão permanente no portador da bola, posicionamento e alinhamento das linhas, concentração defensiva e controlo da profundidade. Contudo, uma vez que o exercício reinicia-se com uma bola aleatória, procurando a articulação de sentido entre momentos de jogo, focamos também, para a equipa que não ganha essa primeira bola, a sua Transição Defensiva, particularmente o sub-momento de reacção à perda, no qual emergem os comportamentos de pressão imediata na bola e fechar os espaços vitais à progressão adversária.
“É isto que faz a diferença. É perceber o momento em que a bola está sem pressão e está em condições de entrar na profundidade. Esse é que é o momento de controlar a profundidade. Porque antes disso tem de ser de redução da profundidade, tem de ser de ganho da bola, tem que ser de ataque à zona da bola para ganhar.”
Vítor Pereira (2016)
Acrescentamos que sendo um exercício rico em comportamentos, principalmente pela sua estrutura colectiva, é-lhe consequentemente conferido um nível de complexidade elevado, portanto será aconselhado no único dia do Morfociclo que poderá contemplar uma sessão de máxima exigência: a Quinta-Feira num ciclo competitivo de Domingo a Domingo. A este propósito, (Tamarit, 2013) esclarece que “trata-se de compreender que só existe uma sessão de treino de máxima exigência – Quinta-Feira, no Morfociclo Padrão do jogo de Domingo a Domingo, e que consequentemente deverá contemplar a aquisição num plano mais Macro. Nos outros dias chamados aquisitivos – Quarta-Feira e Sexta-Feira, dever-se-á contemplar a recuperação. Estes deverão incidir na melhoria individual, assim num plano mais Micro.”
” (…) aquilo que acontece é que a tua exigência baseia-se na concentração na perspectiva da organização e do grande princípio onde a complexidade solicitada ao jogador é muito maior como o número de comportamentos exigidos é superior. É onde tu, no fundo, procuras expressar a tua complexidade em termos de jogo. A complexidade total, digamos. É no fundo o dia onde fazes os treinos de grandes princípios.”
Rui Faria citado por (Sousa, 2007)