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Planeamento [Subscrição Anual]

Publicamos o tema Planeamento. Trata-se de uma abordagem geral partindo do entendimento do conceito no plano teórico, para que mais tarde publiquemos ideias mais práticas, relativas ao plano operacional. Porém, como referido, “constatamos que a importância das ideias sobre o processo de Planeamento não se resumem ao domínio teórico e conceptual. A ideia com que se parte deste plano irá influenciar de forma decisiva, entre outros aspectos, as decisões na definição dos objectivos, conteúdos, operacionalização do trabalho e avaliação”.

O tema “Planeamento” encontra-se enquadrado em:

Por outro lado este tema será constituído pelos seguintes capítulos:

  1. Enquadramento
  2. Um destino e o caminho para o alcançar
  3. Antecipar o caminho

Deixamos alguns excertos do tema “Planeamento“:

“(…) o planeamento parte sempre de uma ideia de futuro, e é, antes de tudo, a consequência dessa ideia.”

(Pires, 1995) citado por (Pedro Silva, 2006)

(…)

Também de acordo com Sérgio Figueiredo em (Carlos Filipe Mendonça, 2006), uma das condições de sucesso é a “perspectiva de médio prazo, a sustentabilidade do projecto”. É fundamental compreendermos o passado, fazermos “bem” no presente, mas torna-se igualmente decisivo pensar no futuro. O mesmo autor sublinha que “é um a frase feita, mas conserva a utilidade: mais difícil que chegar ao topo é manter o nível“. Para (Ângela Mendes, 2009), “num Desporto cada vez mais desenvolvido e profissionalizante o treinador deve então ser um agente embrenhado e consciente das suas tarefas: que concebe (planeia), orienta a acção (comanda os treinos e jogos) e faz o enquadramento geral das acções executadas (avalia o processo) pois tal como diz Bento (1993) “a prática (treino e competição) do treinador é um campo de realização de decisões tomadas e consciencializadas anteriormente pelos momentos da reflexão, da análise, da avaliação, do planeamento, de preparação“”. Neste contexto, (Filipe Cândido, 2012) descreve que o metodólogo “Bompa (1999) concebe o treino desportivo como uma atividade sistemática de longa duração, a qual é progressivamente e individualmente nivelada. Depreendemos que esta situação requer um planeamento refletido e só assim será possível estruturar a atividade de treino, de modo a ajustá-la as suas necessidades e ao que condiciona a realidade envolvente”. Consequentemente, (Jorge Gomes, 2004) aponta que “do ponto de vista da metodologia do treino, parece ser fundamental planear e organizar racionalmente o processo de preparação desportiva para um atleta / equipa alcançar resultados de elevado nível. Nesta perspectiva, o planeamento do treino é nuclear para o treinador (Bompa, 2002), na medida em que, contribui para um maior controlo do processo e para a rentabilização do tempo, do espaço e das condições materiais (Garganta, 1991; 1993). Contudo, entendemos também, que o papel do treinador na determinação dos princípios e características do planeamento do treino é igualmente relevante, apesar de se revelar uma área que urge aprofundar“.

(…)

Torna-se importante definir o nosso entendimento dos conceitos, uma vez que tal irá condicionar todo o trabalho. Assim, a organização do processo de uma forma global, entendemo-lo como planeamento. Os autores incluem no mesmo, o programa, as actividades, tarefas, estratégias, objectivos, e a sua organização temporal. Desta forma, a programação constituir-se-á como um aspecto específico do planeamento. Aquele que apontará o que treinar, definindo com precisão os conteúdos a adquirir e consolidar, do ponto de vista colectivo e individual. Finalmente, a periodização apresentar-se-á como outra especificidade do planeamento que contemplará, de forma precisa, o como e o quando treinar. Deste modo, os métodos para que a operacionalização do trabalho obtenha eficiência e eficácia. Assim, como o autor Tudor Bompa refere, a Periodização dependerá do Planeamento e da Programação, pois será da inteligibilidade dos conteúdos e da relação destes com o tempo disponível para os desenvolver que emergirá o método. Porém, algumas decisões de Planeamento e Programação também dependerão da Periodização. O método e os timings que a Periodização propõe influenciarão a selecção, hierarquização e organização dos conteúdos. Se por exemplo, o objecto do método escolhido for a dimensão física do atleta / jogador, então as actividades, os meios, as estratégias e os conteúdos deverão respeitar esse objecto. Concluindo, a consciência sobre a relação entre os três é decisiva para o sucesso do processo.

Planeamento, Programação e Periodização.

(…)

Também (José Santos, 2010) defende que “planear é uma das tarefas fundamentais no Processo de Treino. No entender de Garganta (1991), planear implica descrever e organizar previamente, as condições em que o treino irá decorrer, os objectivos a atingir, bem como a metodologia a aplicar. Ou seja, o treinador tem que saber o que pretende, traçando um rumo para si e para a equipa. Por outro lado, tem que reflectir sobre a prática, no sentido de conferir qualidade ao Processo de Treino. A partir do planeamento percebe-se que os aspectos estão interligados. O Treinador planeia, conduz o que planeia e avalia o que conduz e planeia. O Treinador planeia no sentido de melhorar o estado inicial, comparando posteriormente esse estado com um estado final. No entanto, a reflexão (avaliação) não tem necessariamente que se tratar de um período final. Pode e deve ser levada a cabo de modo permanente durante todo o Processo de Treino nas mais diversas escalas. Reflectir sobre o treino, sobre os desempenhos dos jogadores de modo individual e colectivo, sobre os desempenhos da equipa nos jogos, sobre a evolução da forma de jogar, sobre as informações que emanam do contexto. A reflexão vai permitir ajustar ou reajustar a condução do Processo de Treino“.

(…)

O autor (Figueiredo, 2015), conclui então também que ser treinador implica possuir conhecimento em várias áreas para depois ter a capacidade de planear. O treinador deve ser versado em domínios de organização, área administrativa, financeira e de comunicação. O treinador é um gestor de recursos e estratégias, ao contrário da representação social que lhe é atribuída, isto é, não é apenas uma pessoa que orienta o processo de treino e lidera somente os jogadores do plantel. Assim, a multidisciplinariedade dos treinadores nos clubes evidencia o reducionismo da ideia de que o treinador apenas se limita a operacionalizar o processo de treino. Liderar, neste contexto de elevada exigência, trata-se de uma tarefa árdua que não se esgota nas competências inerentes ao planeamento e operacionalização do treino, mas antes transforma a liderança numa forma de gestão de recursos humanos e põe em perspetiva o conhecimento em acção do treinador. A natureza multidisciplinar, bem como estas necessidades de gestão, tornam a aquisição de competências para se “Ser Treinador” bastante morosa. Obriga a uma aprendizagem constante, onde a dúvida tem lugar-chave e o pensamento crítico é instrumento determinante“.

(…)

Também (Ribeiro, 2008) vai ao encontro disto mesmo referindo que “a modelação do jogo de Futebol de uma equipa, irá condicionar e orientar o processo de planeamento e de periodização (Santos, 2006) no caminho da construção de um “Jogo” para essa equipa. Neste caso, quanto maior for o grau de correspondência entre os modelos utilizados e o “Jogo”, melhores e mais eficazes serão os seus efeitos (Queiroz, 1986)”. Nesta lógica (Almeida, 2016) acrescenta que “para desenvolverem um processo de treino em que esteja de acordo com a lógica interna do jogo, o foco dos treinadores tem sido em planeamentos e programações fortemente influenciadas pelo: modelo de jogo, modelo de treino e modelo de jogador (Garganta & Pinto, 1998)”. Deste modo, o mesmo autor defende que uma reciprocidade em elevado grau do modelo de treino, através de metodologias a disposição do treinador, e o modelo de jogo idealizado pelo mesmo, aumentará as possibilidades de superação por parte da equipa e seus integrantes. Sendo assim, é de extrema importância que o modelo de jogo seja reproduzido sistematicamente através do modelo de treino no planeamento (sessões de treino) (Castelo, 2014)”.

(…)

Reforçado a importância do tempo no processo de planeamento, o autor (Rui Almeida, 2014) explica que “se por um lado existe a imprescindibilidade de se proceder a um criterioso e adequado processo de planeamento para o treino de futebol, pelo outro temos igualmente de considerar que este processo carece de tempo de elaboração devido à multiplicidade de competições existentes nos dias de hoje no contexto do futebol profissional. É por isso que segundo Meinberg (2002), o treinador deve evidenciar a “competência do tempo” permitindo o seu uso através de uma gestão eficiente. Neste sentido importa portanto escolher e adotar os meios e métodos mais eficazes e mais estimulantes que correspondam ás necessidades específicas da equipa e dos seus praticantes dentro do seu contexto de atuação, sabendo-se que são diversos e diversificados os fatores que determinam o sucesso desportivo”. Ainda sobre o processo de periodização, o mesmo autor reforça que “Garganta, (1993), diz-nos que esta divisão ajuda a organizar o processo de treino, tornando mais efetivo o conteúdo da preparação, face aos objetivos e o tempo a gerir”.

(…)

“Ninguém está tão sujeito ao erro como os que só fazem reflexões. A prática é o que afina o que pensamos.”

(Vítor Frade, 2017)

O treinador português: um “produto” de qualidade II

https://www.facebook.com/SaberSobreOSaberTreinar/videos/1004035786604403/

 

“(…) tentámos reajustar mas o posicionamento deles era melhor, jogavam uns para os outros. O Benfica foi melhor em todos os setores e dói perceber isso. Individualmente temos tanta qualidade quanto o Benfica mas não como equipa”.
Jan Vertonghen, citado por (Bouças, 2014), sobre o Benfica de Jorge Jesus

http://www.sabersobreosabertreinar.pt/…/avaliacao-da-compe…/

Intensidade VII

“(…) você só consegue ter os gajos em intensidade máxima relativa, ou seja, a fazer frescos, se eles estiverem frescos!”
(Vítor Frade, 2013)

Corredor central

“As senhoras da limpeza também fazem o corredor todo e nem por isso jogam Futebol!”

Vítor Frade, citado por (Jorge D., 2012)

https://www.facebook.com/SaberSobreOSaberTreinar/videos/399194524170070/

Organização Ofensiva | Construção + Criação + Finalização | Construção pela primeira linha + Jogo entre-linhas + Passe vertical + Apoio frontal + Finalização à distância | Manchester City 2019

O treinador português: um “produto” de qualidade

“Há sempre que estudar mais. Não compreendo o treinador de futuro sem estudo.”

Manuel Sérgio, 2017

Numa reportagem de Janeiro de 2017, um canal de desporto brasileiro procurava explicar a “moda” em que se tornou o treinador português.

https://www.facebook.com/quezada.arthur/videos/1776565645938732/

Num artigo de Fevereiro do mesmo ano, tocávamos na questão.

“(… ) é evidente a enorme a evolução que o jogo, o treino e a liderança das equipas registaram, resultado da qualidade que muitos treinadores portugueses hoje apresentam, colocando-os no top mundial. Simultaneamente, em todos os níveis do jogo muitos outros crescem, nas ideias e na experiência e preparam-se para mais uma vaga, quem sabe ainda melhor. Facto, valorizado ainda, pela menor dimensão do país, no número de praticantes e de equipas, comparativamente com muitos outros. Também não é assunto novo neste espaço, pois ainda noutro artigo recente, trazíamos o professor Silveira Ramos elogiando o treinador português, pelo seu conhecimento do jogo e pensamento estratégico. Hoje, em vários pontos do mundo o treinador português é visto como sinónimo de qualidade. Constitui-se como mais um “produto” português de enorme sucesso.”

A reportagem foca o processo formativo. Conhecendo o mesmo, reconhecemos a sua evolução e incontestável contributo para este sucesso. Mas este é um processo que não se reduz aos cursos de treinadores. Passa também pelo trabalho desenvolvido das Universidades nas últimas décadas, por diversas obras publicadas por inúmeros autores e actualmente pelos inúmeros espaços na internet que desenvolvem ideias, debatem e contribuem de forma decisiva para a exponenciação do conhecimento. Como grande exemplo, reconhecido por muitos treinadores, alguns deles até focados na reportagem, está o incontornável www.lateralesquerdo.com, online há quase uma década e percursor de centenas de outros espaços, de ideias e até linguagem que hoje se tornou convencional.

Porém, esta é só uma parcela da explicação. Desde logo, (Manuel Sérgio, 2012) descreve que “em Portugal não é a mesma coisa ser treinador de Futebol ou treinador de Basquetebol… as pressões são outras. O autor (Bouças, 2016) sustenta este pensamento com “os rótulos que os “carneiros” sempre colocam quando alguém que não entendem nem querem esforçar-se para entender foge da norma. Será sempre assim, até que a realidade lhes bata de frente. Por isso há quem vá à frente, afirme, defenda e prove. E há os que atrás se limitam a acenar concordando sempre com o que estará mais aceite e enraizado no pensamento global”. Sem dúvida que José Mourinho marcou uma nova era para o treinador português, indo com enorme coragem mais “à frente, afirmando-se, defendendo-se e provando”. Segundo o treinador (André David, 2017), “após Mourinho aparecer no nosso futebol, a imagem do treinador e da formação dos treinadores ganhou especial relevância e notoriedade, ao ponto de actualmente haver imensos jovens a quererem ser treinadores de futebol”.

Neste âmbito, é também fundamental sublinhar a base metodológica de José Mourinho. A Periodização Táctica idealizada por um homem que personifica todas as qualidades e genialidade do treinador Português. O ex-treinador e professor Vítor Frade. O treinador português (Jesus, 2010), defende que Portugal tem uma metodologia de treinos que está dez anos avançada em relação ao resto do Mundo. (…) No futuro vão aparecer mais Mourinhos”. O próprio (José Mourinho, 2001), explica que os dados actuais, indicam que a componente Táctico-técnica e cognitiva sejam as que direccionam todo o processo de treino e um projecto de jogo. Estão assim criados os pressupostos para que seja efectuada uma ruptura epistemológica na periodização e planeamento do processo de treino, e por conseguinte designarmos o novo processo de treino como Periodização Táctica”. De acordo com (Tamarit, 2007),a “Periodização Táctica” é uma Metodologia de Treino que surge há mais de trinta anos na cabeça do Professor Vítor Frade quando, através de experiências que lhe ocorreram, começa a questionar as Metodologias de Treino existentes até o momento”. O autor acrescenta que Frade exerceu, durante trinta e três anos, como professor na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto e foi treinador adjunto em várias equipas da primeira liga Portuguesa, nomeadamente no F. C. do Porto durante mais de vinte anos. Xavier Tamarit ressalva que, portanto, esta metodologia, “não surgiu de um dia para o outro, como por magia, nem é algo extraído de qualquer outra área e extrapolado para este fenómeno de massas chamado Futebol”. Finalmente Tamarit sublinha que “ele é o criador da metodologia de treino conhecida como Periodização Táctica, transgressora com a lógica que era aceite como verdade absoluta pelas teorias e metodologias de treino, assim como, possivelmente, pela totalidade dos desportos. Esta “nova” metodologia surgiu há aproximadamente trinta anos, porém começou a ser mais conhecida através dos êxitos conseguidos pelo treinador português, (…), José Mourinho, que junto da sua equipa técnica conseguiu levá-la à excelência ao nível prático.

Por outro lado, Paulo Sousa, citado por (Ferreira, 2014), justifica a qualidade dos treinadores portugueses com múltiplas presenças nos níveis competitivos mais elevados. O técnico português sustenta que “é extraordinário e isso só confirma o que disse, que temos qualidade e estamos preparados. Claro que há factores que determinarão os resultados que cada um deles irá obter mas isso não porá em dúvida a competência de todos eles que, com o tempo, irá sendo cada vez maior”.

Assim, segundo Jorge Jesus, citado por (Braz, 2009) e abordando os melhores, “os treinadores portugueses são dos melhores do mundo, ao nível dos holandeses e dos italianos”. O treinador português (Jorge Jesus, 2013), reforça esta ideia, colocando os treinadores “à frente dos outros, mas que estão a frente é garantido. Todos querem aprender connosco”. Ainda (Jorge Jesus, 2015), vai mais longe e opina que os treinadores portugueses, são actualmente os melhores treinadores do mundo, são os que têm mais conhecimento em todas as áreas que definem o crescimento de uma equipa de Futebol, e portanto se tiveres a possibilidade de trabalhar numa equipa que tem condições financeiras para teres isto tudo, eles têm muito mais facilidade de ganhar esses títulos que qualquer outro treinador do mundo. Tirando o Pep Guardiola porque também penso que é um pouco parecido com os treinadores portugueses”.

Para (Silveira Ramos, 2015), o treinador português encontra-se à frente de colegas de outros países, pois para o treinador e autor, há décadas que o treinador português perspectiva o treino de uma forma mais global, mais holística, contrariando o pensamento analítico e a divisão das dimensões do rendimento protagonizada pela maioria das outras culturas futebolísticas. Porém, para tal, o autor defende que foi preciso errar, foi preciso “trilhar o caminho”, foi necessário inovar, e também aí o treinador português foi corajoso e pioneiro. Qualidades conjugadas com a inteligência. Segundo o treinador português (Nuno Manta, 2017), “o treinador português é super inteligente. Sabe trabalhar o músculo principal, que é o cérebro, e põe o jogador a pensar, português ou não. Independentemente da nacionalidade, os jogadores vêm para cá e normalmente crescem aqui, antes de dar o salto para a Europa”.

Neste enquadramento, novamente (Silveira Ramos, 2017) descreve que “há algo que herdamos da chamada velha guarda dos treinadores portugueses: a estratégia. Portugal foi pioneiro nessa capacidade de aliar a vertente estratégica às metodologias de treino de vanguarda. Isso produziu alguns dos melhores treinadores do mundo. Não percamos isso, não nos agarremos a preconceitos. Identidade não é jogar sempre com os nossos argumentos expostos. Nenhum grande general faria isso… Estratégia é utilizar o que temos de melhor. Uma frase mais para a tal simbiose entre velha guarda e os tempos modernos. Os treinadores portugueses eram aqueles bons malandros, no bom sentido do termo. Eram atrevidos e essas características espero que nunca se percam porque é a nossa natureza e também a explicação para a afirmação de muitos deles no estrangeiro“.

O treinador português (Leonardo Jardim, 2017) acha que o treinador português é um treinador muito bem visto em toda a Europa e todo o mundo pelo seu conhecimento e pela sua capacidade de adaptação. Nós portugueses temos esta capacidade. Nós temos famílias de emigrantes e temos capacidade de nos adaptar. Mesmo em cenários de alguma dificuldade nós conseguimo-nos adaptar e ultrapassar essas dificuldades e fazer aquilo que mais gostamos que é o nosso trabalho, e apresentar resultados. Ao contrário do que no passado podíamos pensar, a adaptação é uma mais valia.

O autor (Luís Freitas Lobo, 2010), parece subscrever esta ideia ao defender que “tacticamente, o treinador português é dos mais inteligentes do mundo. Domina o treino e a leitura de jogo. É multicultural, sem complexos de ouvir outras escolas mas, ao mesmo tempo, tem um orgulho pessoal que não o deixa converter-se, pelo que, no fim, impõe a sua filosofia”. Lobo, acrescenta que o treinador português, “prova, como diz Capello que “o melhor treinador é o maior dos ladrões”. Aprende em todos os sítios e com todos os outros técnicos, mas, no fim, aproveitando tudo, mete a suas ideias e cria uma filosofia própria global. O Futebol português, não duvidem, sempre esteve cheio de grandes “ladrões””. O autor (Pinheiro, 2013) destaca três pontos que fortes no treinador português:

  • Trabalho realizado em ambiente de adversidade. O autor refere que “treinador português está acostumado a trabalhar com poucos recursos, tanto ao nível humano quanto ao material. Vejamos o exemplo de algumas equipas fantásticas que se alicerçam em jogadores “aparentemente” normais, mas que com grande rigor e organização conseguem resultados fantásticos”;
  • Formação académica. Para Valter Pinheiro, “o advento de técnicos com formação em Educação Física trouxe ao futebol maior rigor e cientificidade”;
  • Capacidade de adaptação. Finalmente o autor sublinha “a capacidade “camaleónica” do treinador português, capaz de se adaptar a contextos difíceis e muitas vezes hostis. Já se tornou normal ver equipas com muitos meses de salários em atraso que em campo revelam uma motivação feroz. Em muitas destas situações o treinador assume-se como a pedra angular que congrega a união da equipa”.

Portanto, no fundo o que faz a diferença no treinador português é o conhecimento que este conquistou, fruto da sua ambição, coragem, inteligência, criatividade, experiências e ideias produzidas, num contexto tão competitivo e adverso como o Futebol Português.

“Sempre fui muito autocrítico e nunca me chega aquilo que faço. Quero sempre mais porque sei que consigo mais. É como o nosso cérebro: nós só exploramos uma parte muito pequena do nosso cérebro. E eu sinto que bem estimulado e motivado sou capaz de virar uma equipa de pernas para o ar.”

Vítor Pereira, 2017

“O atleta é um todo”

“(…) acontece uma variedade de reacções humanas ao mesmo tipo de factores e de situações porque não é reacção o que propriamente se dá, mas, antes, uma acção – e esta é iniciada intencionalmente por um todo que, de todo, jamais o é da mesma forma que o todo de outro: é o todo que enforma as partes e não estas que determinam aquele.”

(Neto, 2012), sobre o “todo” do Futebol – a Táctica

https://www.facebook.com/SaberSobreOSaberTreinar/videos/1892730540756204/

A opinião é dada por, Gabriel Mendes, Coordenador Técnico da Federação Portuguesa de Ciclismo. A visão sobre o rendimento e o treino sofreu uma clara ruptura epsistemológica. Deixou de se ver o jogador, ciclista, atleta, etc., como um somatório de capacidades para ser interpretado do ponto de vista das suas acções, enquadradas num todo complexo. Se o pensamento Cartesiano começa a abandonar as modalidade individuais, as quais, apresentam uma estrutura de rendimento menos complexa, então é urgente irradicá-lo por completo dos desportos colectivos.

Neste contexto, em 2003, o professor Silveira Ramos defendia que ““o Futebol pode ser decomposto nas suas partes constituintes – técnica, táctica, física, psíquica, social, das leis de jogo, etc.” ou “então pode ser decomposto em – acções individuais e colectivas – considerando que cada uma delas é constituída em termos técnicos, tácticos, físicos, psíquicos, sociais, etc.” E concluía… “ao procedermos à análise das capacidades dos jogadores e da equipa, com o sentido de conhecermos melhor cada uma delas, corremos, como já foi referido, o risco de “isolar” determinados aspectos, criando teoricamente capacidades isoladas, que nas acções do jogo têm um significado mais amplo e menos repartido. Qualquer capacidade que se considere isoladamente, manifesta-se sempre pelos comportamentos do jogador no desempenho das tarefas em jogo, sendo esses comportamentos expressos de forma global e não através de uma única capacidade, ou grupo de capacidades. Cada acção desenvolvida em jogo, é consequência de diversos factores, mesmo que algum, ou alguns sejam mais evidentes à nossa observação”.

“A motricidade

do jogar, no jogo

a de qualidade…

Implica o indivíduo todo!

(Frade, 2014)

Qualidade de jogo

É uma discussão permanente definir o que é qualidade de jogo no Futebol. Isto porque o conceito é muitas vezes associado à dimensão estética do jogo, e essa é naturalmente subjectiva e consequência das experiências, cultura, valores e sentimentos pessoais. Contudo se estamos perante uma actividade que exige rendimento, qualquer estética não sobrevive sozinha. Vítor Frade, 2013, descreve que “só se pode estar a Top estando sistematicamente preocupado com a objectividade, com a eficácia, com a eficiência. Agora tendo em conta o que é o futebol, eu tenho que estar permanentemente perturbado, estando preocupado com isso, e também estando permanen­temente preocupado com a estética do jogo. E a estética é a coisa mais nuanciável para que a objectividade seja objectividade. Se eu exagero na perda da estética vou perder aí, se eu exagero no aumento da estética vou perder ali, e isso é que não é para qualquer um. (…) sou um obcecado pela eficácia porque só se está no alto rendimento se se for eficaz, se se ganhar, mas eficácia é o resultado da eficiência, e a eficiência é o aparecimento regular de urna forma de fazer aparecer as coisas! E essa eficiência, e por isso eu disse, ser um angustiado e perturbado permanentemente pela estética. Portanto, a eficiência tem a ver com a estética, mas têm que se pesar as duas coisas!

Vítor Frade descreve ainda que “depois já iríamos para o lado estético do Jogo, nas dimensões colectiva e individual! Portanto, isto tem a ver, o que estou a evidenciar, com a eficiência e eficácia mas depois… isto é importante e sem isso não vale a pena pensar as coisas, porque eu penso o treino e jogo para ganhar, e por isso digo que estou permanentemente preocupado com a eficácia e a eficiência, mas continuadamente preocupado também, e até perturbado com o problema estético! Eu revejo agora o Brasil de 80, de 82 e dos anos 70, e deleito-me a ver aquilo. Mas aquilo não é absolutamente transferível para os dias de hoje? Em termos de ataque é, agora eu tenho é que ter preocupações com os equilíbrios da equipa, que eles não tinham naquela altura, porque não era preciso, para continuar a ganhar.

Na presente edição da Liga dos Campeões, três das equipas que reconhecidamente, actualmente apresentam melhor qualidade de jogo tendo em conta o trinómio Estética-Eficácia-Eficiência competiram no mesmo grupo. Assistimos, muito provavelmente ao futebol que aí vem. O tal que Vítor Frade aponta “para continuar a ganhar”. Um dos comandantes por trás deste sucesso é português, com naturalidade para nós dada a consciência que temos para o quanto os portugueses contribuíram nos últimos anos para a evolução do treino e do jogo. Contudo a coragem que sempre manifestou, não é para todos.

https://www.facebook.com/SaberSobreOSaberTreinar/videos/1882724075090184/

Para fazermos uma equipa funcionar, para fazermos uma verdadeira equipa, nós temos que ter os onze jogadores com a coragem de ter iniciativa, terem a coragem de quererem a bola, a coragem de quererem assumir o jogo”.

Paulo Fonseca, no programa ReporTV, “O Jogo”, 2016

I Congresso Internacional da Periodização Táctica

“O treino e o jogo não são somas. Às vezes confunde-se complexidade com complicação”.

Vítor Frade, 2017

“”Football is not a linear process,” Frade said. “It is not a sum of things: If you do this, plus that, you will achieve this.” Instead, “the coach must consider every aspect, of the individual, of the team. Football is not two-dimensional. It is multidimensional.” It is an imperfect parallel, but the game, as Frade envisages it, is not unlike a Rubik’s Cube: Every thing a manager does, every single turn they make, has a consequence elsewhere. It does not work if they try to fix one side alone; the problem must be considered in its entirety.”

Rory Smith no The New York Times, 2017

Decorreu no passado mês de Junho, o I Congresso Internacional da Periodização Táctica no Porto. Mais do que uma forma de divulgação da corrente metodológica, uma justíssima homenagem a Vítor Frade pela genialidade e resistência na defesa de uma ideia que ultrapassa em muito as ténues fronteiras do futebol. Mas a questão parece teimar em persistir: qual é a essência da revolução de Frade?

Efectivamente, numa visão complexa da realidade, muito díspar da corrente de pensamento tradicional, que devemos dizer, foi poluindo o pensamento humano nos últimos quatro séculos. Isto porque quer queiramos, quer não, quer consigamo-lo compreender ou não, o universo que habitamos é complexo. Como Vítor Frade também referiu no congresso, “não existem as ciências da complexidade. Existe sim, a complexidade”. Não é o homem e a sua ciência que dita que a realidade é complexa. Ela é-o intransigentemente. Frade reforçou também, duas vezes ao longo da sua palestra, que “foram 400 anos de pensamento analítico ou cartesiano” e como consequência vivemos os mais diversos contextos das nossas vidas contaminados por esta forma redutora de pensar. Os números, as quantidades, as partes, as somas, foram castrando as relações, as qualidades, as interacções… no fundo o todo complexo. Vulgarizou-se nos últimos anos que o “todo, é mais que a soma das partes”, porém continua sem se perceber muito bem o que isso significa e como consequência, o homem continua a mutilar a realidade na sua intervenção nas mais diversas áreas.

É verdade que as ideias de Vítor Frade são baseadas no pensamento de ruptura de Ludwig von Bertalanffy, Norbert Wiener, Ross Ashby, Edgar Morín, Manuel Castells, entre tantos outros. É também verdade que outros autores também procuraram aproximar o desporto de uma perspectiva mais globalizante do rendimento, mas foi porém Frade, que surge, ainda na década de 70, com o mais disruptivo pensamento, sob a perspectiva da complexidade, consumado mais tarde na sua Periodização Táctica. Na sua tese de doutoramento – A interacção, invariante estrutural da estrutura de rendimento do Futebol, como objecto de conhecimento cientifico – uma proposta de explicação de causalidade, de 1990, declarou: “O Futebol, apesar de frequentemente encarado como “realidade-inferior”, disciplina de importância menor, desprezada, pouco vocacionada a despertar pessoas para uma carreira académica – como especialidade e investigação consequente, é no entanto, um objecto de estudo complexo, na medida em que uma multiplicidade de factos e de acontecimentos, se dão a ver ao mesmo tempo. Enquanto prática social, o futebol tem uma história, inclusivamente, uma geografia. Daí, que não se tome por único o que é plural, e por plural o que é único. O futebol pré-existe á ideia que dele se tem. O problema está em saber, se as ideias que dele se tem, se lhe ajustam”.

Uma das organizadoras do congresso e ex-aluna de Frade, Mara Vieira, numa entrevista ao jornal Expresso, que procurava antecipar o congresso, referia precisamente isto: “a primeira grande diferença para toda a gente é esta: o professor Vítor Frade faz-nos refletir. O que é um papel que a universidade no seu todo devia ter. “Que treinadores é que nós queremos formar para quando eles saírem da faculdade?” Nós temos de ter conhecimentos sobre futebol e sobre variadíssimas áreas. E o professor Vítor Frade, das primeiras coisas que faz, é explicar que nós para pensarmos o futebol temos de perceber que é algo complexo e temos de refletir muito sobre as coisas. Porque a malta normalmente está à espera de fórmulas: “O professor há-de dizer e nós apanhamos as coisas e vamos para o campo”. O que ele faz é relacionar várias áreas e mostrar como todas elas podem ser importantes para o futebol. Ele é especial porque nos faz a todo o momento querer saber mais e refletir sobre os assuntos, entendendo as coisas na sua dimensão complexa, porque as coisas não são A mais B”.

Recentemente, em entrevista a (Tamarit, 2013), Vítor Frade confessava que hoje lhe dava um certo gozo ler coisas que escreveu “nos anos 70 e princípios de 80, sendo na altura muito contestadas, e ler hoje qualquer coisa assim científica avançada e ver que não estava mal de todo, e até parece que estava bem! Mas pronto, era um paradigma diverso daquele que estava e está institucionalizado!” Na sua tese de 1990, Frade questionava ainda, “por exemplo, quantos não serão os “dados” existentes à cerca da pergunta seguinte: Quais são, os elementos estruturais de todo o jogo de futebol? A estrutura de acção não é mecânica, no entanto, o saber compartimentado do “nosso” futebol segregou já demasiadas previsões especializadas. Deve continuar o “futebol”, a deixar-se cegar pelo erudito reducionismo? Para nós, a formulação de MODELOS DE INTELIGIBILIDADE afastados da FRAGMENTARIDADE DOMINANTE, e ajustados à natureza complexa do objecto empírico, parece-nos de premente necessidade”.

Neste sentido, perante toda a evolução sentida no futebol, a difusão da Periodização Táctica e de muitas novas ideias relacionadas com o jogo e o treino, ao contrário do que poderia ser esperado, Vítor Frade declarou no congresso acreditar que o pensamento analítico e redutor estará mais presente no Futebol do que nunca. A propaganda à medicina, à fisiologia, à nutrição, ao ginásio, à estatística, etc., vai ganhando terreno no jogo. Na verdade, a frase de José Mourinho “quando ganhamos, ganhamos todos… e mais alguns” nunca fez tanto sentido. Perante o sucesso todas estas “partes” e “compartimentos” que foram surgindo no Futebol reclamam para si o mérito. No insucesso, cai sobre o treinador toda a responsabilidade. Recordamos, por exemplo, o recente caso de Claudio Ranieri no Leicester City. Mara Vieira também vai ao encontro desta ideia, defendendo que “as coisas têm de estar enquadradas, senão a certa altura o departamento médico faz o que quer, o nutricionista também, o psicólogo também e depois o processo é de quem? Assim não há um processo único, há bocadinhos”.

“Uma investigação cuidada sobre o fenómeno da “INTERACÇÃO” exige um estudo “desta-em-si” (ou seja, do processo) e não da acção dos jogadores sobre os conteúdos nem dos conteúdos sobre os jogadores.”

Vítor Frade, 1990

O legado de Vítor Frade é grandioso, contudo difícil de compreender. O próprio reconhece, em entrevista a Xavier Tamarit, 2013, que “devemos compreender que estamos colonizados por uma lógica comum, por uns reforçadores culturais que nos influenciam conscientemente e, o que é pior, subconscientemente”. Assim, arriscamos que, levará, no mínimo, mais algumas décadas a compreender a essência da Periodização Táctica. Carlos Carvalhal em entrevista a (Cabral, 2017) concorda, referindo que Vítor Frade “é uma pessoa que pensa diferente, que é muito avançada no tempo. Acho que o devido valor só lhe será dado daqui a 20 ou 30 anos, só aí é que as pessoas o vão entender”. O impacto que este congresso teve em muitas pessoas, reforça essa crença. Ferrán Sarsanedas, a propósito de Johan Cruyff terá dito que “Cruyff é um génio, não há quem saiba mais de futebol que ele. O problema é que já não tem com quem discutir o que criou. Está tão à frente que vive há demasiado tempo num mundo só dele, como os loucos”. Podemos afirmar que Vítor Frade, não só na dimensão metodológica, mas também no entendimento do jogo, terá também atingido um patamar semelhante.

“Em primeiro lugar temos que entender o fenómeno como complexo, e se o é, jamais poderá deixar de ser complexo o modo como intervimos, reflectimos e actuamos sobre ele. (…) Há que estar perante esta realidade, reconhecendo-a como não linear e assim todo o pensamento tem de ter esta base, não linear.”

Vítor Frade em entrevista a Xavier Tamarit, 2013

“A Periodização Táctica procura o “regresso” do homem à sua essência. À sua complexidade.”

 José Tavares, 2017 – I Congresso Internacional de Periodização Táctica

A ruptura epistemológica

Sub-tema de História do treino de Futebol, e na continuação da Periodização Física no Futebol, publicamos A ruptura epistemológica. Referimos que apesar da adição de algumas citações mais recentes, grande parte destes textos sobre a história do treino do futebol foram redigidos há alguns anos. No entanto, na nossa opinião, continuam actuais, e um tema que não está claro para muitas pessoas.

Estrutura actual de Saber Sobre o Saber Treinar.

Estrutura actual de Saber Sobre o Saber Treinar.

Livro – “Fora de Jogo” o Tempo Todo

Brilhante!

“Vítor Frade dispensa apresentações. Criador do conceito de Periodização Tática, há muito que é procurado por todo o tipo de gentes do futebol. Nunca aceitou os desafios que lhe foram sendo lançados para escrever um livro, mas há muito que se dedicou ao exercício de passar para quadras – mais de seis mil – muitos dos seus pensamentos e reflexões sobre o jogo, a conceção de treino e a metodologia da Periodização Tática.

Este livro apresenta cerca de 500 dessas quadras. Para que todos os interessados possam a elas ter acesso de uma forma simples e direta. E passem a conhecer, com maior profundidade, a perspetiva da Periodização Tática segundo Vítor Frade, o seu criador.

Coordenação e seleção das quadras: Marisa Silva, Isabel Osório e José Ferreirinha Tavares.”

"FORA DE JOGO" O TEMPO TODO - Vítor Frade 2014

“FORA DE JOGO” O TEMPO TODO – Vítor Frade 2014

“Não ser cientista
foi o meu sonho
p’ra ir atrás de outra conquista
deu um trabalho medonho
fazendo com que o meu fado
se cantasse em qualquer lado,
abandonei o discurso
no combate ao sermão e pregação
p’ra ir atrás do percurso
e deste vir exemplo p’ra canção
sem me querer desanimado
por não me ouvir mais cantado
centrei-me no que gostava
uma só problemática
que consistente se afirmava
como periodização táctica
e no terreno
fazer o pleno.
Devia portanto interessar-te
o que virá entretanto por aí
e se conseguirás safar-te
no que exigirá de ti…
Não é com certeza pouco…
Se pensas o contrário, estás louco!”
(Frade, 2014)
“A insanidade
domina
não sendo um problema de idade
leva p’ra baixo, não p’ra cima.
Se o que te mobiliza
não é a procura de um tacho
e entendes a deriva
mesmo sem transportares o facho
mergulha bem fundo
no treinar e no jogar
p’ra poderes fundamentar!”
(Frade, 2014)
“Fazendo-se crença
é inclusão
é equipa
na fluidez e não tensa
é coesão
feita de individualidades
que espevita
a interacção das subjectividades,
interindependências
da empatia
que a equipa intensifica
e cria
no enfrentar das exigências,
autro-eco-hetero dinamizado
e “especificado”
o todo maior que a soma das partes,
é o emergir do táctico organizado
p’ra ganhar sem que te fartes.”
(Frade, 2014)

Livro

Periodización Táctica vs Periodización Táctica, Xavier Tamarit, 2013

Periodización Táctica vs Periodización Táctica, Xavier Tamarit, 2013