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Construção do Modelo de Jogo [Subscrição Anual]

Publicamos um excerto de uma nova publicação de Saber Sobre o Saber Treinar exclusiva a assinantes do projecto. Desta vez abordamos a construção do Modelo de Jogo. Acrescentamos que no futuro irão ser publicadas sub-páginas deste tema, desenvolvendo outras ideias subjacentes.

Dada a sua extensão, a própria página Construção do Modelo de Jogo, encontra-se também dividida nos seguintes temas:

  1. A construção no… processo
  2. A concepção, a construção e as suas motivações
  3. O… contexto
  4. O derradeiro objectivo
  5. Organizar e planear… o sucesso
  6. Compreender e dominar o objecto de ensino
  7. Todas as formas de jogar garantem a mesma Estética-Eficácia-Eficiência?
  8. O Modelo de Jogo… um claro sistema aberto

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Neste cenário, o autor (Silva, 2008) ainda que aludindo-se apenas ao contexto específico do jogo defende que a equipa constitui uma totalidade em permanente construção, na qual as acções pontuais, mesmo que aparentemente isoladas, influem no comportamento colectivo, que consiste numa rede de interacções complexas de cooperação e oposição, integrando distintos níveis de organização“.

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Este pensamento é justificado por Freitas (2005), citado por (Ribeiro, 2008), ao sustentar que “depois de se compreender a lógica do jogo e de termos consciência que existem tantos “jogares” quanto o número de treinadores que existem, importa então definir claramente qual a nossa ideia de jogo“.

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O autor sublinha que “no fundo, temos de considerar sempre o facto dos jogadores poderem ter ideias diferentes até porque, e apesar da concepção do treinador ser o que se pretende que se aplique na equipa, de acordo com Silva (2008) há que considerar também que os jogadores poderão ter uma “paisagem mental” diferente da do treinador. Nesse sentido, Frade (2003, cit. por Silva, 2008) refere que há a necessidade de se criar uma “paisagem mental” idêntica para todos eles, uma vez que o desenvolvimento de jogo tem de nascer, em primeiro lugar, na cabeça dos jogadores“.

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A autora (Gomes, 2011), acrescenta que “o processo de uma equipa tem como preOCUPAÇÃO desenvolver uma identidade colectiva. O jogo que caracteriza o clube e a equipa. Por isso, é fundamental que o treinador (autor e gestor do processo) SAIBA o que pretende. Torna-se imprescindível conhecer o que pretende, ou seja, sistematizar os princípios de jogo da sua equipa”.

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O neurocientista (Damásio, 2006), citado por (Campos, 2007), afirma que o que o intriga no funcionamento de uma equipa de Futebol “tem a ver com a forma como múltiplos executantes se comportam em torno de um projecto singular como se fossem uma entidade única, embora mantenham as suas individualidades”.

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Deste modo, a autora (Gomes, 2011) explica que as melhores equipas têm uma identidade viva, com sensibilidade para falar uma língua como um idioma prático (mesmo que muitas das vezes não se consigam entender na linguagem oral) comum a quem o vivencia de forma partilhada.

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Também nesta linha de pensamento, (Bouças, 2012) explica que “num momento em que o jogo é do ponto de vista técnico e físico, cada vez mais equilibrado (longe vão os tempos em que só os grandes clubes treinavam), as tomadas de decisão surgem como um dos traços mais decisivos no jogo moderno. Por tomadas de decisão, deve entender-se, as opções que cada jogador toma a cada momento (com ou sem bola). Para onde deslocar? A que velocidade o fazer? Que espaço ocupar? Para onde desmarcar? Quando soltar a bola? E para onde? Quando progredir com a bola? Cada situação de jogo tem uma forma mais eficiente de ser resolvida. Tal não significa que optando pelo pior caminho, se estará sempre condenado ao insucesso. Tão pouco que, optando bem, se será sempre bem-sucedido. Significa somente que, optando bem, está-se sempre mais próximo de ser bem-sucedido”.

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O autor (Almeida, 2016) descreve que o Modelo de Jogo “cresce, configurando um todo que é muito mais que a soma das partes, já que é algo utópico, podemos andar perto de atingir, mas nunca conseguimos, pois o mesmo está em constante evolução e reconstrução (Carvalhal et al., 2014)”.

Continua…