Os primórdios do Treino Desportivo [Subscrição Anual]

Publicamos um subtema da História do treino do futebol, Trata-se do primeiro capítulo desta história milenar denominado Os primórdios do Treino Desportivo.

O tema Os primórdios do Treino Desportivo, no nosso trabalho, situa-se em:

Este tema é constituído pelos seguintes capítulos:

  1. Uma questão de sobrevivência natural
  2. Uma questão de sobrevivência contra o próprio
  3. A emergência de propósitos mais elevados
  4. O início da cientificidade do treino
  5. O contexto particular do Futebol
  6. As bases do “desvio”

Deixamos alguns excertos do tema Os primórdios do Treino Desportivo.

 

“Não devemos exercitar o corpo sem a assistência conjunta da mente, nem exercitar a mente sem a assistência conjunta do corpo.”

Platão

(…)

O autor (Filipe Martins, 2003) desceve que de facto “o treino não é uma descoberta recente (Bompa, 1999). Segundo Sampedro (1999), já na antiguidade, o seu planeamento era uma prática muito habitual“. O autor (Fernando Alves, 2010), confirma que o mesmo “não faz parte apenas da sociedade moderna, já na antiguidade se treinava quer militarmente quer para as olimpíadas”. Deste modo, no plano geral, diversos autores apontam que os princípios do treino desportivo remontam ao Egipto e Grécia Antiga. O autor (Nick Bourne, 2016) confirma a ideia referindo que “as origens da periodização do treino remontam à Grécia Antiga, onde foram registadas as primeiras histórias de atletas”. Também (Fernando Mesquita, 2013) expõe que “a periodização teve a sua origem no Egipto e na Grécia antiga onde se realizava uma preparação, primeiramente para as batalhas e posteriormente com o surgimento dos Jogos Olímpicos, foi utilizada esta mesma periodização de forma a melhorar a performance dos atletas, tal como foi citado por Braz (2006), citando Dantas (2003), “de início utilizado apenas para fins militares e depois passou a ser utilizada com o objectivo de aumentar a performance na prática desportiva””.

(…)

Segundo a (Universidade do Futebol, 2008), nesta “fase, começou a surgir a necessidade de se estruturar o treino e compreender os resultados que se obtinha através desse treino“. O autor (Fernando Mesquita, 2013) relata ainda que “o desenvolvimento da Ciência do Treino Desportivo acompanhou a humanidade desde as civilizações primitivas, abrangendo o chamado período empírico, passando pelo renascimento e a idade moderna (período de improvisação). Contudo, foi somente no final do século XIX e início do XX que surgiu na Alemanha e na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) o conceito sobre o planeamento do treino desportivo (período da sistematização)“.

(…)

Estávamos perante uma fase em que se podia mesmo questionar a palavra treino, dado se tratar de um processo não intencional, organizado e orientado. No entanto, como também se treina, evolui e involui através da prática, na perspectiva da evolução geral do treino e do jogo, esta fase não se torna menos interessante e importante que as seguintes.

(…)

Neste enquadramento, o treinador (Jorge Braz, 2006) sustenta que o “processo de treino e, principalmente, as concepções de planeamento têm sofrido várias alterações ao longo dos tempos. Como refere Verchoshanskij (1990) o planeamento do treino que os treinadores utilizavam tinha como base a experiência pessoal, o método de ensaio-erro, a intuição e alguns princípios lógicos mas a evolução trouxe motivações e pressupostos mais objectivos”. Mesmo que desviados da realidade específica de cada desporto. Também (Silveira Ramos, 2003) expõe que “a evolução das práticas de treino no futebol seguiu, ao longo dos tempos, em termos gerais, um percurso que dependeu de duas influências: por um lado da própria dinâmica da modalidade e das necessidades de dar respostas às situações da competição e, por outro, das ideias gerais da actividade desportiva, nomeadamente no âmbito do treino desportivo”.

 

“Ninguém está tão sujeito ao erro como os que só fazem reflexões. A prática é o que afina o que pensamos.”

(Vítor Frade, 2017)