10 ideias / exercícios para desenvolver a Organização Ofensiva em geral

“(…) em primeiro lugar temos que perceber em que nível nos encontramos. É decisivo percebermos o que é a cultura individual dos jogadores em termos do jogo, é fundamental perceber as qualidades dos jogadores e perceber isso em função do que se pretende. Se pretendemos que haja sucesso em termos do que fazemos no treino e queremos que isso se constitua como uma aprendizagem em termos de cultura de jogo, em termos de comportamentos colectivos é necessário que se compreenda esta evolução em termos de complexidade. Isto é decisivo, mas também é decisivo fazer uma avaliação do que é a nossa equipa, os nossos jogadores e do que é o conhecimento do jogo por parte da equipa e portanto a antecipação é tão mais facilitada quanto maior for a cultura de jogo da equipa.”

Rui Faria citado por (Carlos Campos, 2007)

Na sequência da publicação do tema Organização Ofensiva, adicionamos 10 ideias ou exercícios para desenvolver ou avaliar o momento de Organização Ofensiva de uma forma geral. Recordamos que, mais importante do que serem identificados como exercícios, devem ser entendidos como ideias para serem usadas na totalidade ou parcialmente de forma a estarem adequadas à especificidade, necessidades e / ou planeamento, de cada contexto colectivo ou individual da responsabilidade de cada treinador.

Sendo exercícios gerais do ponto de vista ofensivo, podem desde logo proporcionar objectivos avaliativos do nível de jogo ofensivo colectivo, sectorial e individual. Por outro lado, importa também sublinhar que se desenvolvemos o tema Organização Ofensiva, para já de uma forma geral, portanto, procurando não ir assim à especificidade de cada sub-momento (Construção, Criação ou Finalização) ou a outros princípios / comportamentos em particular, o alvo procurado torna-se assim, também ele, geral. Aparentemente pode parecer um objectivo fácil para o treinador, mas na realidade não o é. Se excluirmos a exercitação sob forma de jogo formal, seja ela intra equipa, seja recorrendo a adversários externos (o enquadramento mais específico para recriar a realidade competitiva), a criação de outras formas para atingir este objectivo mais generalista, no fundo formas que garantam uma grande complexidade comportamental no momento ofensivo, torna-se um desafio à simplicidade.

Explicando um pouco melhor a ideia, a partir do momento em que, através do exercício de treino, manipulamos significativamente o jogo, seja pelas suas regras, espaço, tempo ou número de jogadores, isso vai levar o exercício a determinada especificidade comportamental, afastando-o assim de comportamentos gerais. Portanto, em situações gerais, mais abertas, livres de constrangimentos, logo, induzidas por exercícios mais simples tendo em conta as suas regras, teremos então mais comportamentos, para não dizer a totalidade do jogo. Sendo assim, uma maior riqueza comportamental trazida por um exercício mais simples traduzirá uma situação de jogo mais rica e complexa. Então, se condicionar um exercício para obter determinada propensão comportamental revela-se um desafio, manter o jogo numa dimensão mais geral, também o é.

Assim, as ideias apresentadas procuram cumprir esse desafio. Já excluindo a variável tempo, mas condicionando o sistema competitivo, o resultado, o número de jogadores, a forma de reinício e o espaço de jogo, procurámos criar formas jogadas que proporcionassem o momento de Organização Ofensiva numa máxima totalidade. Importa referir que manipular o espaço e o número de jogadores de forma considerável irá aproximar as situações de determinados sub-momentos do jogo, contudo, serão mantidos comportamentos ofensivos gerais e será esse o grande objectivo deste trabalho.

Disponibilizamos um dos exercícios de forma gratuita, o Exercício 148 | Jogo colectivo com vantagem máxima de um golo. A ideia, condicionando o resultado do jogo ao não permitir às equipas uma vantagem maior do que de um golo, será estimular o critério com bola, levando-a a decidir em que momentos deve aumentar a agressividade sobre a baliza adversária, em relação a outros, que pela vantagem obtida no resultado, necessita de conservar a bola e diminuir o risco de perda de mesma. Isto não significa que defendamos que a partir da vantagem as equipas não devem procurar mais golos e uma vantagem maior, mas sim, que se torna decisivo melhorar o critério com bola na globalidade do jogo. Por outro lado, sendo a situação disputada em vários jogos, o tempo de jogo de cada um será mais reduzido, permitindo assim recriar a ideia de um jogo que está perto do final e de que a equipa procura garantir mais posse de bola que o adversário para evitar que este crie oportunidades de finalização. Evidentemente que contendo este risco de condicionar o jogo ofensivo para uma menor agressividade com bola após vantagem, o exercício deve, à imagem de todos os outros, ser doseado, tendo em conta um planeamento geral, ou a necessidade de jogo de determinada equipa.

“O treino desportivo não é apenas um problema de escolha de exercícios (o que fazer), é também e principalmente um problema de doseamento (quando e quanto treinar).”

(Monge da Silva)

Exercício 144

Exercício 145 Exercício 146

Exercício 147

Exercício 148

Exercício 149

Exercício 150

Exercício 151

Exercício 152

Exercício 153