Formação e Metodologia

“Muitas vezes há jovens treinadores que saem das universidades para o terreno e têm muitas dificuldades em expressar qualquer tipo de conhecimento e por em prática uma metodologia. E é engraçado que ele diz ter uma metodologia sua no Futebol, e isso é muito importante. A maior parte dos treinadores não têm metodologia e essa é que é a grande verdade e aí tenho que enaltecer e realçar a entrevista do Jorge Jesus, porque hoje em dia o que se faz e eu vejo muito isso, por estar cem por cento ligado ao desporto, são cópias puras e duras e depois as pessoas acabam por esbarrar na falta de aplicabilidade que essas cópias que querem fazer têm no dia-a-dia, e Jorge Jesus toca com o dedo na ferida. É uma reflexão que todos aqueles que formam treinadores têm que fazer, porque o treino, como Jesus também diz, é uma área cientifica e não é qualquer pessoa que pode ser treinador ao contrário do que está vulgarizado na nossa sociedade”.

O ex-seleccionador de Rugby e professor universitário Tomaz Morais, no programa MaisFutebol de 30 de Maio de 2014, sobre a entrevista de Jorge Jesus à BenficaTV de 29 de Maio de 2014

Velocidade

Andrés Iniesta

“A dimensão velocidade é confundida no futebol. Muitas vezes, como adeptos, admiramos um jogo com bola numa baliza, bola na outra baliza, bola numa área, bola na outra área, com oportunidades constantes. Isso para mim é desorganização. Essa é a minha opinião. Como treinador, se vir que a minha equipa cria muitas situações de golo, mas também permite muitas situações de golo, não posso ficar feliz. Não posso ficar feliz porque do ponto de vista defensivo não é competente. Ou mesmo do ponto de vista ofensivo, quando a equipa tem bola e depois permite muitas situações de golo ao adversário, é porque não está bem posicionada, não está equilibrada, não consegue ter bola, não está preparada para o momento de a perder, portanto isso para mim é desorganização. Agora compreendo como adepto, se calhar, é bonito estarmo-nos sempre a levantar do banco para aplaudir bola cá, bola lá, oportunidade de golo cá, oportunidade de golo lá.”

(Vítor Pereira, programa MaisFutebol, edição de 9 de Maio de 2014)

“A transição ofensiva agressiva vai um bocado de encontro ao pânico e a velocidade do Futebol actual, há pressão em torno dos treinadores de vencer, há pouca capacidade de pensar, como falávamos há bocado dos jogadores, há o sentido de urgência que o jogo actual tem…é tudo pânico, é tudo velocidade… e transmite um bocado a ideia do que é a sociedade actual… portanto, acho que no jogo tu encontras esse tipo de traços, portanto a transição agressiva e objectiva tu acabas por encontra-la mais vezes por isso mesmo… porque a pressão de vitória ou a pressão de um resultado sobre o treinador é decisiva e realmente é um momento onde tu podes ter grandes probabilidades de sucesso… porque realmente se for bem-feita é quando encontras o adversário desorganizado.”

(André Villas-Boas, 2009)